O domingo termina com uma notícia triste em Castanheira. Depois de dias de sofrimento, faleceu em Juina, onde estava hospitalizada, numa UTI, na noite deste domingo, 07, Beatriz Joaquim do Nascimento, esposa de José Francisco Nascimento.
Sua morte insere um capítulo triste numa das histórias de amor mais extraordinárias entre os viventes do município. Em fevereiro deste ano ambos completaram 66 anos de união, uma marca dificilmente atingida por algum mortal.
Sua história não pode ser vista a parte de seu eterno companheiro. Ainda jovens – ele com 25 e ela com 24 anos – carregando apenas uma “bolsinha”, segundo depoimento dado a Revista Innovare, fixaram-se no Paraná, no final da década de 50 do século passado, onde viveram 20 anos, especialmente na região de Santo Inácio.
Depois, ainda no século passado, seguiram a trilha mais comum a muitos pioneiros da região noroeste de Mato Grosso: fixaram-se em Tangará da Serra e de lá em Castanheira, onde desejando “ser patrão”, José Francisco, comprou uma área, a qual deu o nome de Chácara “Cristo é a Única Esperança”.
Na nova terra, na saída para Juruena, na última área de pavimentação asfáltica da BR 174, essa mulher de fé, simples, carinhosa, contada entre os pioneiros batistas, criou os filhos, nasceram-lhe netos e uma prole que certamente contará as futuras gerações uma história de amor rara com raros personagens.
Tudo começou em Posto do Pau, município de Limoeiro do Norte, em Pernambuco, terra natal. Era prima de José Francisco e com ele teve cinco filhos. Poucas referências ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta segunda, dia 8, se encaixam tão bem como em sua história, pois é data de seu aniversário. Comemoraria 90 anos. "Uma perda muito sentida", destacam amigos.