Dentro das diversas regras e normas para funcionamento de serviços essenciais e não essenciais, diante da emergência sanitária mundial gerada pelo corona vírus, o COVID 19, o segmento de alimentação está sendo um dos mais fortemente afetados.
Em Castanheira, representantes do setor que envolve bares, restaurantes e lanchonetes, estão inquietos. Formaram até um grupo de whatssap, onde discutem a realidade. Entre as muitas perguntas que são feitas, o “até quando” é a mais frequente. “Todos nós estamos sofrendo muito”, revela um microempresário. Um deles é enfático, dizendo que “já tem gente pensando em decretar falência”.
O assunto é delicado e até por isto envolve muitas polêmicas. Embora alguns questionem o fechamento dos estabelecimentos do gênero em Castanheira, esta regra tem sido adotada em quase todo o país e em diversos países do mundo, por definir os ambientes de bares, lanchonetes e restaurantes como dos mais propícios a propagação do vírus.
As medidas locais, por exemplo, são embasadas em decreto do governo do Estado e critérios estabelecidos pela Promotoria, que por seu turno seguem orientações de especialistas em saúde do mundo inteiro. A decisão de manter o segmento com portas fechadas, permitindo o atendimento apenas pelo sistema delivery, independe apenas do município, ressalta uma fonte indicando exatamente essa interdependência.
“Acho que poderíamos voltar a trabalhar normalmente, tendo em vista não existir nenhum caso confirmado no município”, observa uma empresária, ressaltando que isto poderia ser feito desde que todos levem a sério os cuidados essenciais recomendados em protocolo sobre pandemias.
Mas, é aí que reside o problema. Um leitor ouvido pelo Innovare News questiona se as pessoas seguiriam essas regras. Os próprios comerciantes, ao defenderem a reabertura de seus negócios, lembram que muitos castanheirenses que são os consumidores de seus produtos têm organizado festinhas, onde não observam as medidas de prevenção.
Quadro Geral
A grande preocupação de todos os envolvidos na crise local é o que já está acontecendo no cenário geral. A pandemia está gerando uma devastação financeira e operacional do setor de bares, lanchonetes e restaurantes país afora como nunca visto nos últimos anos.
Em muitos casos, estoques de produtos alimentícios estão estragando e dívidas começam a se acumular, algumas já vistas como impagáveis, pois o faturamento está desaparecendo e a roda das despesas continua a girar.
Alternativas
Embora haja um predomínio da medida de fechamento dos ambientes de degustação, existem algumas práticas adotadas nos vários cenários da corona que talvez pudessem ser adotadas em Castanheira.
A principal, reabrir com certas ressalvas, esbarra-se no comportamento das pessoas. Em caso de reabertura, clientes de bares, lanchonetes e restaurantes elas se submeteriam a algumas dessas práticas, como o cuidado com a higiene na entrada e saída, o distanciamento entre mesas, evitar-se contatos físicos?
Exemplos de que isto é quase impossível na realidade local não faltam. O não distanciamento entre pessoas nas filas em lugares que já funcionam, aglomerações em outros, reuniões com muita gente para assistir lives de cantores famosos, têm sido cenas comuns desde que medidas restritivas têm sido adotadas.
Pelo sim ou pelo não, a boa notícia para o setor é que o governo municipal não está alheio aos reflexos do vírus na economia local. Se depender do que se discute por aqui, no dia a dia, pelo comitê de enfrentamento, um novo posicionamento pode ser definido nas próximas horas.