Uniformes, material de treinamento, pagamento de um horário fixo no Ginásio Municipal de Esportes para treinos, investimento em um treinador, são algumas das ações do grupo Volttan para o patrocínio de uma equipe de vôlei feminino em Castanheira.
Outra exigência do grupo é que a equipe seja formada por estudantes das escolas locais, das faixas etárias infanto-juvenil (16-17 anos) e juvenil (18-19 anos), inicialmente na categoria feminina, que tenham boas notas nos estudos. “É uma forma de incentivar a prática esportiva e a educação”, diz um dos diretores.
Segundo apuramos, o grupo também dará apoio a outras equipes acima desta faixa etária, mas entende que este grupo, de forma especial, precisa de incentivo por representar as faixas etárias com mais eventos da modalidade, como os jogos da juventude. No caso específico das duas faixas etárias, trata-se de um projeto, que envolve a contrapartida de responsabilidade dos atletas escolhidos, principalmente nos treinos semanais.
O texto acima é na verdade uma projeção do Site Castanheira News de uma iniciativa que poderia acontecer em Castanheira, considerando que existe uma total dependência do poder público e de parcerias quase sempre transitórias para os que lutam pelo esporte, inclusive em modalidades mais consolidadas, como o futebol de salão e o futebol Society. O grupo citado é fictício, pelo menos em relação a este propósito.
A participação de equipes se limita quase sempre ao período próximo do início de competições e as competições em si. E começa o corre-corre, especialmente atrás de materiais como uniforme. Não existe uma equipe consolidada no município, que exista como tal ao longo de muito tempo. Os apoios são temporários.
Dois desportistas ouvidos pelo Castanheira News destacam que é preciso um trabalho de base mais efetivo, no caso do vôlei, a partir das escolas. Lembram que pelo menos um avanço já ocorreu neste ano, em relação a modalidade, que foi a criação das escolinhas de base, de parte da Secretaria Municipal de Esportes.
“Há um vácuo, no entanto, em relação as faixas etárias que representam o município em competições como os jogos da juventude”, diz um deles. “Na outra ponta das escolinhas, existe, no caso do vôlei feminino de quadra, uma equipe formada por um grupo de valorosas mulheres que não deixam a modalidade sem representatividade em outros torneios”, observa. E conclui: “A cada evento, contudo, se reinicia o corre-corre atrás de apoios”.
Iniciativa privada e Lei de Incentivo ao Esporte
A participação da iniciativa privada em projetos esportivos, inclusive investimento na formação de equipes, tem sido cada vez maior em vários municípios brasileiros, com resultados excelentes.
Em Castanheira, além de algumas empresas, existem grupos do agronegócio que poderiam ser parceiros. Instituições como o Sicredi já tem apoio consolidado no município, mas ele é direcionado para os eventos em si e não para equipes. “Claro que isto é significativo, pois os eventos, como a Copa Sicredi, criam motivações para a sobrevivência de algumas atividades esportivas”, diz um leitor do Site, consultado, via WhatsApp.
Outro caminho que pode ser buscado é uma ampla discussão dos vários setores que podem apoiar o esporte (e os que devem), sobre a Lei nº 11.438/06, ou Lei de Incentivo ao Esporte – LIE, como é mais conhecida, que permite que recursos provenientes de renúncia fiscal sejam aplicados em projetos das diversas manifestações desportivas e paradesportivas distribuídos por todo o território nacional.
Por meio de doações e patrocínios, os projetos executados via Lei de Incentivo ao Esporte atendem crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, além de garantir o suporte necessário para os atletas de alto rendimento.