Faleceu nesta sexta-feira, 05, num hospital de Juína, Antônio Strangherlin, nome das melhores referências quando se fala nos cidadãos de Castanheira. Não será lembrado apenas como o esposo de Dona Zilda, sua eterna companheira, primeira prefeita e mulher ativa na sociedade, mas como alguém que participou decisivamente das primeiras conquistas do município.
“Pioneiríssimo!”. A expressão do prefeito Jakson de Oliveira Rios Júnior, o Juninho, para referir-se a Antônio Stangherlin, o Tonhão para alguns, nos remete ao distante ano de 1972, quando ele e o cunhado, Elizeu Rezzieri, num pequeno avião, sobrevoaram a região, ainda inóspita, onde nasceria, tempos depois, Castanheira.
Na chegada dos primeiros moradores, com a esposa, Zilda Stangherlin, que viria a ser a primeira prefeita, atendeu ao convite de Elizeu, já na terra, para deixar São Lourenço, Santa Catarina, no início dos anos 80 do século passado, e fazer morada na região noroeste do Estado, quando a Ar-1, a partir de Vilhena, num projeto da CODEMAT, começava a mudar sua geografia.
Em Castanheira, Antônio, com Zilda, criou os filhos Marcos e André e teve participação, direta e indireta, em projetos relevantes, muitos ao lado dela, gestora da Associação Comunitária, que conduzia os negócios da comunidade e prefeita em duas ocasiões. Em outros como braço direito do empresário Elizeu Rezzieri.
Era presença em todas as iniciativas, como o movimento contínuo da balsa, que ajudou a montar, na abertura da primeira estrada, ligando Fontanillas, entre outras.
No fervilhante negócio da Madeireira Rezzieri, que empregava mais de 800 funcionários, espalhados em dois alojamentos para solteiros e algo em torno de 200 residências para casados, em três núcleos residenciais, era uma figura constante.
“Era o homem de confiança de Elizeu Rezzieri”, diz um historiador popular. “Foi um cara que realmente ajudou a desbravar a região, além de ser uma pessoa fantástica”, diz um amigo pessoal. “Tive o prazer de trabalhar com ele dez anos e o via como uma pessoa extremamente do bem”, destaca Carlos Magno, nos comentários de um texto que registra luto de três dias no município.
No juntar dos muitos elogios e falas, conclui-se que se alguns costumam dizer que seu cunhado foi fundador do município, pela pujança do trabalho realizado pela Rezzieri, que ia além do comércio de madeiras, Antônio foi co-fundador. Daí entender-se a observação de Juninho, de que foi um pioneiríssimo.
Quando, no futuro, as pesquisas de escolas e academias focarem o período dos inícios, em Castanheira, vão encontrar neste catarinense, nascido em 22 de fevereiro de 1944, um daqueles homens que acreditaram num projeto, mesmo com os limites de um tempo que alguns costumam dizer que “era um tempo que não tinha nada”.
E se faltar este registro, ainda assim haverá a Chácara que tem seu nome atrelado a um grande santo católico. Valeu Seo Antônio, pelas marcas deixadas. Que sejam consolados os familiares e amigos, diante de grande perda para Castanheira.