Luto: "Era uma vez um carpinteiro..."

RESUMO DA NOTÍCIA

Entre tantas perdas dos últimos dias em Castanheira, a de Antônio Poiatte, neste domingo, 15, lembra a habilidade de um carpinteiro.
 “Tá difícil confortar essas famílias”. A expressão da vereadora Merciane Dias da Costa, na manhã desta segunda feira, 16, referindo-se a seis mortes ocorridas no município nos últimos dias, se dá quando a cidade recebe, com tristeza, informações sobre o trágico acidente que tirou a vida, no início da noite de domingo, de Antônio Poiatte.

“Era um homem de bom coração, manso, honesto, trabalhador”, diz Hugo Poiatte, um dos filhos do coração, hoje fazendo Medicina em Santa Cruz de La Sierra, Bolivia. Das lembranças que, doravante, o acompanharão, está o empenho do pai no serviço cristão, ao qual era devotado, e os churrascos. “Amava fazer”, destaca. 

Do trabalho, Hugo destaca o ofício que lhe rendeu a alcunha de “Antônio Carpinteiro”. Mesmo com 75 anos, ainda fazia algumas incursões num ramo que deixou inúmeras assinaturas pela cidade, ao longo de décadas. O mais recente, na propriedade do amigo Lucio Schutz, na região do Novo Horizonte, com o qual estava na caminhonete Hillux que tombou sobre a ponte do Rio Amarelo, causando os ferimentos que lhe tiraram a vida.

Em Castanheira, além de Hugo, Seo Antônio criou, com Maria Inês da Silva Poiatte, a jovem Tânya Mara Poiatte. No Paraná, de onde veio, como outros pioneiros de Castanheira, para escrever um capítulo importante de sua história, deixa um casal de filhos, Michela e Fábio. Neste círculo, uma de suas alegrias recentes foi ver o filho cursando medicina. “Ele me deu muito apoio, e estava muito feliz em ter um filho médico”, relata Hugo.

Das inúmeras manifestações de amigos na medida em que a noticia começou a dominar as rodas de conversa, na manhã desta segunda, obviamente se sobressai o registro que vai lhe reverenciar a memória, das construções erguidas na cidade. “Ele construiu muitas casas, com um toque de excelência e com dedicação”, observa um deles, lembrando sua presença entre os que passaram pela Rezzieri. “Mais um castanheirense de coração que vai deixar muita saudade”, conclui. 

"Uma pessoa íntegra, de muitos amigos, fez muito pela comunidade e estamos muito sentidos", diz a ex prefeita, em duas gestões, Zilda Stangherlin, destacando a amizade entre Antônios, uma vez que seu esposo, com o mesmo nome, e o amigo pioneiro que agora enluta a comunidade, deixando referências significativas, costumavam se encontrar, para colocarem a prosa em dia. 

Segundo familiares as despedidas acontecem na Casa da Saudade, seguindo-se o sepultamento no Cemitério Bom Jesus. Os rogos de todos são por consolo!