Torneio Leiteiro 2023: Produtor lembra tempo que não havia "olho grande" entre os competidores

RESUMO DA NOTÍCIA

Um dos históricos do evento, Antônio Barbosa vai dar sua contribuição indireta ao evento deste ano.
Quando se fala em Torneio Leiteiro em Castanheira, que terá a 19ª edição de 25 a 28 de maio no Parque de Exposições, alguns personagens já têm seus nomes inseridos na história. Um deles o de Antônio Barbosa, 68, que neste ano participa indiretamente, colaborando com Fábio Rodrigues, proprietário de Pitchula e Quebra Banca.

Antônio, mineiro de Itabacuri, estabelecido em Castanheira desde 2001, proprietário do Sitio Milena,  já participou de várias edições, tendo vencido três, em um tempo, que segundo ele, o evento era mais tranquilo e “não tinha olho grande”. As matrizes eram crioulas, ou seja, criadas nas propriedades dos concorrentes e tratadas, muitas vezes, com mandioca e capim.

A mudança de paradigmas nos eventos do gênero tem sido alvo de críticas inclusive de muitos especialistas, que citam, entre outros problemas, o alto grau de sofrimento e grave risco à vida do animal imposta por muitos concorrentes, no afã de ganhar. Essa “tortura”, conforme termo de documento do Ministério da Agricultura, que acarreta alterações graves nos parâmetros fisiológicos, se inicia mais ou menos 30 dias antes de um evento. 

Polêmica à parte, até por conta dessas discussões e daquelas que são geradas por algumas tensões entre os próprios competidores, um dos apreciadores do evento local, que participou de todas as primeiras edições, destaca que muitos acabaram deixando de participar. “Eu não tenho ido nas últimas edições e nem vou nesta”, destaca, rogando pela não divulgação de seu nome.

Até para manter um pouco do que o torneio já foi, mas sem ignorar que os parâmetros mudaram, a Secretaria Municipal de Agricultura resolveu, na edição deste ano, inserir duas categorias: crioula e livre. A primeira, que dará premiação semelhante a segunda, visa prestigiar o produtor mais simples, que muitas vezes não tem condições de adquirir uma matriz gerada com uso de genética mais apurada.

Segundo o leitor já citado, hoje tem vacas que produzem até 70 quilos de leite por dia e que são vendidas por um preço nem sempre acessível para todos os criadores. “Com isto, a desigualdade se torna bem clara”, observa, acrescentando que muitos gostam de participar, mas se desmotivam. Ele elogia a iniciativa da coordenação do evento leiteiro castanheirense em premiar duas categorias e conclui dizendo que pode até rever o seu posicionamento de não comparecer ao Parque de Exposições.

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