Pergunte, em Castanheira, quem é José Manoel Sobral e dificilmente alguém saberá responder. O filho de Manoel Sobral e Maria José da Conceição Sobral, nascido em 07 de março de 1963 na distante Alagoinha, Pernambuco, ganhou fama na cidade como Amado Batista, pelo seu timbre de voz e gosto por cantar, especialmente canções do intérprete que lhe deu o apelido e do rei da jovem guarda Roberto Carlos.
Amado Batista é um desses personagens que toda cidade tem, que rompe com o lugar comum da maioria e acaba produzindo risos e alguns diriam “diversão” onde aparece. Duas amigas castanheirenses, atuando na área da saúde, lembram do dia em que faziam caminhada, e foram abordadas por ele, que depois de subir num pequeno elevadiço cantou uma canção do Roberto. É deste jeito que todos lembram dele.
Mas, vamos mudar os verbos, infelizmente. O Amado Batista irreverente de muitos momentos, que deu uma sumida de Castanheira há tempo atrás e voltou todo arrumadinho dizendo que estava vivendo uma nova vida, gerando a sensação de que sairia das ruas, está impossibilitado de fazer essas animadas aparições. Talvez nem o faça mais, pois sofreu um AVC e hoje vive amparado na Casa Lar, no Bairro Guadalupe, sob os cuidados de uma equipe multiprofissional.
“Ele ainda come sozinho, com algumas dificuldades, mas não consegue levantar sozinho”, diz Dayanne Soares de Oliveira, coordenadora do espaço de ajuda, vinculado a Secretaria Municipal de Assistência Social, apontando para um cenário que em algum momento se incorpora a vida de muitos. “Que bom que temos a Casa Lar, para cuidar daqueles que muitas vezes são esquecidos”, registra um leitor do Castanheira News numa alusão local.
Campanha
Para maximizar os limites de Amado Batista e minimizar sua dor, a Secretária de Assistência Social, Claudineia Hubner, e a psicóloga do CRAS, Maria José, resolveram encabeçar uma campanha de caráter humanitário que visa construir um quarto em sua terra Natal, Alagoinha, no Pernambuco, onde sua irmã, Nazareth, já cuida do pai e de dez filhos numa realidade de extrema carência.
A compreensão de que o retorno às suas raízes, neste momento, tem efeito terapêutico, pois o convívio com a irmã, sobrinhos, pai e demais familiares, fortalece vínculos e consequentemente faz brotar um fio de esperança de restauração, motivou a mobilização. Com isto, talvez volte a brotar o canto e o sorriso, característicos dos bons tempos de vivência Castanheira de nosso artista de rua. Se ele for – certamente haverá apoio para essa viagem – as lembranças por aqui ficarão e Amado Batista deixará um rastro de história como alguém que animou muita gente e agora precisa de animação.
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