No vai e vem de pessoas, no cotidiano da cidade, ele é sempre visto com um ou dois sacos nas mãos. Às vezes mesmo com o sol ardente, como o de verão. A missão é “catar latinhas”, expressão que lembra uma das profissões não reconhecidas no país, mas de grande impacto na sociedade.
Seo Adair Dutra, hoje com 78 anos de idade, é um bom exemplo de gente que trabalha, sempre, independente de conseguir a merecida aposentadoria. E ser catador de latinha nas ruas de Castanheira é a opção que encontrou para manter-se ativo, já que não consegue fazer algo mais pesado. Mas, até 2021, enquanto pôde, trabalhou em duas áreas que marcaram sua trajetória, a construção e as lidas com a terra. Neste caso destaca que foi lavrador por 40 anos, especialmente no interior de São Paulo e Araputanga.
Sua ligação com Castanheira inclui duas etapas. “Estive por aqui uns 15 anos, depois fui para Araputanga, aí regressei novamente, e lá se vão 20 anos”, observa. Pai de 8 filhos, dos quais nasceram 17 netos e de alguns desses “uns 4 ou 5 bisnetos”, foi casado por 50 anos e hoje diz morar com uma namorada, “a Maria”.
Sobre ser encontrado catando latinhas, observa que é uma atividade que desempenha quando não está muito ruim. “Não aguento mais trabalhar”, diz, num tom triste, típico de quem sempre foi acostumado a labuta e que não se entrega facilmente, coisa de uma legião de heróis anônimos que somam positivamente para o desenvolvimento da comunidade, muitas vezes sem o devido reconhecimento. Recebe Moção de Aplauso do Castanheira News.
Definindo o termo
O trabalho do catador de latinhas consiste em catar latinhas (Não me diga!) e depois vendê-las em ferros velhos para ganhar no máximo quatro reais. Em Castanheira um caminhão passa, periodicamente, recolhendo dos que as recolhem.
Todo mundo pensa que os catadores são pobres, contudo muitos se aproveitam dessa crendice popular para manter seus patrimônios milionários em sigilo. Um dos primeiros catadores de latinha que se tem conhecimento foi Tom Cruise.