A pandemia de Covid- 19 continua avançando pelo Estado de Mato Grosso. Desde o dia 03 de agosto de 2020, a Rede Municipal de Ensino de Castanheira vem implementando um sistema de encaminhamento de material aos alunos, para garantir o retorno oficial às aulas, diante da impossibilidade da realização de aulas presenciais, Para tanto, a logística de toda a rede precisou ser reorganizada e agora o funcionamento desse sistema dependerá da colaboração entre todos os envolvidos - escolas, alunos e famílias.
Muito trabalho esteve implicado na preparação para a volta às aulas. Por um lado, os professores e a equipe pedagógica centraram esforços em revisitar e reinventar muitas das práticas tradicionalmente utilizadas no ensino presencial, tendo a inovação como ingrediente para o sucesso dessa empreitada. Por outro, mães, pais, cuidadoras, cuidadores, alunas e alunos necessitaram fortalecer os vínculos com as escolas para compreender seus novos papéis diante das mudanças e para contribuir com a viabilização da aprendizagem escolar nessa nova proposta.
Com o sistema de encaminhamento de material aos alunos, mudanças importantes ocorreram no dia-a-dia de professoras, professores, famílias, alunos e alunas. Para as/os profissionais da educação, o fazer pedagógico, que antes era realizado dentro do espaço físico das escolas, agora está ocorrendo dentro de suas casas. O contato com alunas e alunas, antes face-a-face, hoje é realizado por meio da conferência e devolutiva das tarefas escolares por escrito. Para as famílias, alunos e alunas, a rotina já se encontrava alterada, em razão das medidas sanitárias impostas pelo Poder Público para conter o avanço da pandemia de Covid-19. Atualmente, essa rotina passa por novas alterações, uma vez que as famílias, as alunas e alunos devem se preparar para garantir o cumprimento das rotinas escolares em casa.
Com isso, é importante que professoras, professores, famílias, alunos e alunas fiquem atentas e atentos a alguns aspectos. Primeiro, é fundamental se compreender a importância desse processo para os alunos e alunas, pois toda a reorganização realizada pelas equipes escolares se volta a esse público.
A sala de aula não se limita ao espaço físico; ela se estende a todo e qualquer espaço em que duas personagens principais – professores e alunos – estejam em interação. Assim, a sala de aula se diferencia de outros espaços pela natureza das interações professor-aluno, marcadamente representadas por relações de ensino-aprendizagem. Assim, para alunos e alunas, é imprescindível a existência de dois elementos no espaço escolar – presencial ou não: a interação e a aprendizagem.
Dessa forma, professoras e professores podem colher bons frutos de seu trabalho nesse novo sistema de oferta educacional, incorporando alguns elementos essenciais em seu fazer pedagógico. Primeiro, criar oportunidades para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, especialmente aquelas que envolvem saber lidar com frustrações, esperar por orientações e saber tolerar quando a professora ou professor divide a atenção entre a turma, dentre outras. Segundo, promover um espaço de interações gratificantes para as alunas e para os alunos, pois isso favorece a aprendizagem. E, por último, em caso de tarefas necessárias, porém, pouco interessantes ou difíceis, dividi-las em pequenas partes de modo que as alunas e os alunos consigam completar cada passo com êxito.
Por fim, a família pode-se beneficiar igualmente da experiência em receber a escola em casa com algumas das seguintes medidas. Primeiro, é importante que a família valorize conquistas, ganhos e qualidades das crianças e que as oriente quando elas fazem algo de errado, evitando punições como broncas e castigos. Segundo, é imprescindível que sejam estabelecidas regras, rotinas, organização do espaço físico e que as crianças recebam supervisão e suporte da família. Por último, vale sempre lembrar que a postura colaborativa da família é condição primordial para o sucesso das professoras e dos professores em ensinar, bem como para o êxito das alunas e dos alunos em aprender.
Por Marileide Antunes de Oliveira
Por Marileide Antunes de Oliveira
Livros e sites consultados
Vermes, J. S. (2012). Clínica analítico-comportamental infantil: a estrutura. Em N. B. Borges [et al.]. Clínica analítico-comportamental: aspectos teóricos e práticos. Porto Alegre: Artmed, 2012.