Gleice Rodrigues Cardoso
Psicóloga Clínica
CRP 18-05505
O suicídio tem sido um evento desconhecimento e carregado de tabus. O silêncio sobre o assunto só reforça as crenças populares que não condizem com a realidade do fenômeno. Diante disso, torna-se importante desmistificar o tema como um modo de prevenir e facilitar a identificação de novos casos.
O comportamento suicida engloba o planejamento, a ideação suicida e o ato propriamente dito.
O comportamento em estudo não se restringe a um grupo de pessoas, ou seja, o suicídio pode se desenvolver em qualquer classe social, gênero, orientação sexual, religião ou idade.
O suicídio não tem um único fator determinante para a sua ocorrência, mas uma interação e interdependência de vários fatores, tais como, ambientais, genéticos, biológicos, culturais, econômicos, sociais e psicológicos.
É importante estar atento e atenta aos sinais de alerta que indicam um possível comportamento suicida. É possível identificar uma pessoa com pensamento suicida por meio dos comportamentos verbais e não verbais (condutas e falas). As condutas que devem ser observadas são: o isolamento social, retraimento, perca do interesse por atividades prazerosas e expressões de tristeza e auto mutilações. Já sobre o discurso/fala está associado com o desejo de sumir, de não sentir mais a dor, de não ser mais um incômodo, de dormir e não acordar e qualquer outra relacionada com a desesperança.
Os sinais de alerta precisam ser investigados com uma escuta atenta, sem julgamentos e/ou críticas e seguido de orientação a procura de um profissional.
Qualquer pessoa que esteja disposta pode ajudar outra com comportamento suicida. Esteja atenta às seguintes orientações para ajudar da melhor maneira possível:
• Não se preocupe com o que disser, esteja disponível para ouvir sem emitir julgamentos ou críticas.
• Não compare a dor e o sofrimento da pessoa com comportamento suicida com a dor e o sofrimento de outra pessoa.
• Se a pessoa não esta disposta a falar, não insista. Apenas mantenha um canal aberto de comunicação para quando a pessoa sentir mais a vontade te procurar.
• Caso a pessoa deseje falar sobre sua dor e/ou sofrimento, procure um momento e um lugar apropriado.
• Incentive a pessoa a procurar ajuda profissional ou se disponha a acompanha lá.
• Caso identifique um plano suicida, não deixe a pessoa com o comportamento suicida sozinha procure auxílio da emergência médica.
• Não relacione a dor e/ou sofrimento com conteúdos religiosos, como "isto é falta de Deus" ou "procure a igreja que logo você será curado/curada". A religião proporciona, quando bem direcionada, uma rede de apoio e acolhimento, mas não dispensa a ajuda de um profissional da área da saúde mental.
Lidar com uma pessoa com o comportamento suicida pode gerar sentimentos de frustração, angústia, impotência e medo. Diante disto, não lide com a situação sozinho ou sozinha procure pessoas compreensivas e que poderão dar suporte formando uma rede de apoio para a pessoa com ideação suicida.
Caso você se identifique com o texto, ligue no Centro de Valorização a Vida (CVV) 141 e busque um serviço profissional (médico clínico geral, psiquiatra ou psicólogo). Lembre – se: Você não precisa sofrer sozinho, tem muitos profissionais preparados para ajudar a lidar com o seu sofrimento.
Referência consultada:
ZORTEA, Thiago. Como ajudar alguém que sofre de ideação suicida?. 2016. Disponível em: <https://www.comportese.com/2016/12/como-ajudar-alguem-que-sofre-de-ideacoes-suicida>. Acesso em: 21 ago. 2020