Kezia Paula da Anunciação, 30, trabalhou grande parte do período da pandemia de Covid 19 numa equipe de limpeza, de uma empresa prestadora de serviço numa unidade de saúde de Sinop. Ficar na linha de frente no combate ao vírus significou ver de perto o sofrimento de pessoas e aumentou a responsabilidade.
“Uma das coisas mais difíceis que acompanhei, neste tempo, foi ver uma colega de trabalho perder a sua mãe com o coronavírus. Isto me abalou muito”, diz Kezia, apaixonada pela cidade onde vive grande parte de seus familiares ("melhor lugar do mundo pra se viver"), incluindo os país, Vanderli e Edimar Henrique, o irmão Eber Ozeias e os avós.
Hoje em outra função, a de controladora de acesso, Kézia enfrenta o mesmo contexto. Sobre as equipes de limpeza, destaca que sua atuação ganhou relevância com a COVID 19 dentro das unidades de saúde. “Trata-se de um trabalho fundamental para garantir que o coronavírus não se prolifere”, observa.
Em defesa da categoria, lembra que os trabalhadores que realizam a limpeza e a desinfecção das unidades hospitalares também temem o vírus. “O medo é muito grande, pois todos têm família e não querem levar a doença para casa. É um drama. Mas, sabem que têm que continuar e são, por isto, guerreiros”, ressalta Kezia, lembrando o esposo Rogério Pereira da Silva Santos e as filhas Kelly Renata e Maysa.
Como tem sido comum a pessoas que atuam na linha de frente do enfrentamento do vírus enfatizarem que as lições são muitas, tornando o ano de 2021 atípico, Kézia fala em reinvenção, num cenário em que aprendeu a valorizar mais a família e amigos e acima de tudo a agradecer a Deus pela vida a cada dia, numa experiência passo a passo que não tem tempo definido para acabar. A esperança, com as vacinas, é grande. “Mas é preciso esperar que elas cheguem!”, conclui.
