"Seo" Joaquim: os fragmentos de uma bela história em Castanheira

“Esse sim era gente boa!”. A afirmação de Jucelino Jumes, no grupo Castanheira de Antigamente, a propósito de uma pesquisa do Innovare News sobre uma canção conhecida como o Hino de Castanheira, mais do que elogio a um personagem, desperta no castanheirense gratas lembranças. A letra remete à figura de Joaquim Rodrigues da Cruz, autor da obra, que esteve no município entre 1980 e 2005, deixando grandes marcas. 

“Foi meu professor de teclado”, diz Janete Cardoso. “Um músico completo”, define a professora Acleide Rios Guimarães. “Grande mestre”, registra Valmir Rangel.  “Nosso eterno professor de teclado”, lembra Jesibel Campos. “Uma boa pessoa”, destaca Aldecy Vargens. "Um homem de um bom coração", faz coro Zilma Jumes.  As manifestações de carinho ocupariam grande espaço, se registradas todas, revelando a força de sua presença na cultura do município, onde além de ensinar música, regeu um coral da cidade e desenvolveu diversos projetos culturais, estimulando talentos.

Com tantos qualificativos, os fragmentos da presença de “Seo” Joaquim continuam a existir, quinze anos depois, na prática de muitos que foram seus alunos, que tocam em instituições como Igrejas e outras ou mesmo entre os que simplesmente “arranham” ou mesmo não tocam, mas foram seus alunos.  Marcos Roberto Liotto explica a diferença dos primeiros para os últimos: “ele foi um grande mestre, mas nem todos se dedicaram!”

Sobre talento, quem se manifesta é a neta Viviane dos Santos Cruz, residindo em Sinop, em Mato Grosso.  “Vem desde a infância, quando construiu, sozinho, seu primeiro instrumento, um violãozinho”.  Segundo ela, foi na Igreja que ele aprendeu teoria musical e aperfeiçoou a prática, tocando muito bem violão, teclado, trombone, baixo e tuba. Deste último instrumento, conta-se, não sabemos se é lenda, uma triste história. Seu sonho era ter uma. Na busca pelo instrumento, indo para Curitiba, Paraná, teve um ataque cardíaco, dentro de um ônibus. Foi encontrado morto.

Como os nomes que entram para a história tem registros que marcam, Joaquim nasceu em Barra dos Jardins, no Ceará, no dia 12 de dezembro de 1936. Concidentemente, morreu em 12 de dezembro de 2008, na capital paranaense, deixando três filhos: Edir, Edma e Adir.  “Muito amoroso e querido por todos, deixou também uma enorme saudade”, revela Viviane. Entre as lembranças destaca que gostava de cantar, frequentemente, “Amigos para Sempre!”, algo, que na prática, ele conseguiu plantar em Castanheira.  A música em homenagem a cidade, que chegou a ser gravada por Carmelita Urbina e sua filha Lidiamara, eternizou seu nome no cenário cultural.

(Com informações de Edir Rodrigues)

Homenagem a Castanheira

Levantamos as nossas vozes
E todos nossos anseios
Gloriificando e vibrando
"Viva nossa Castanheira!"
Este povo que trabalha
Com muita garra e orgulho
Leva a riqueza e o progresso
Ao caminho do futuro

Ó dádiva do noroeste
Princesa da região
Parabéns pelo seu dia
Nosso glorioso rincão

Castanheira, Castanheira
Eu jamais te esquecerei
Confiamos em teu futuro
Aqui sentimos seguros
Com grande satisfação
Por sermos desbravadores
Desta pela região

Castanheira tem seu nome
Tirado da natureza
Foi fruto que Deus criou
E para todos deixou
Esta imensa riqueza
Riqueza que engrandeceu
Este nosso noroeste "a nossa região"

Há uma força que existe
Nesta terra fagueira
É a nova aurora que surge
Com o nome de Castanheira
De tudo desde o início
Lembraremos a vida inteira
Vamos homenagear e todos juntos cantar
"Parabéns a Castanheira!".