Alguém disse que a morte é a mais democrática das experiências. Nivela todos. Pode ser que em alguns casos, ela seja procrastinada, como no caso de pessoas que, tendo recursos, conseguem adiar o chamado momento da despedida. Mas, todos passam por ela: pobres, ricos, poderosos e gente comum, etc.
Se existe consolo, em muitas religiões acredita-se que ela não sela o fim de relações. Para os cristãos, por exemplo, a morte é a porta de entrada para a eternidade e, num plano terreno, é a última inimiga a ser vencida num cenário – a vida no aqui e no agora – onde o pecado gerou diversas anomalias, como ela própria.
O coronavírus é a melhor ilustração desta realidade. Talvez alguns estejam sendo sepultados em valas diferentes, o que é lamentável, mas o vírus, ainda enigmático quanto a sua origem e de cura ainda improvável, tem gerado a constatação diária de que ninguém está isento de contraí-lo e de experimentar seu estágio mais letal.
Como exemplo comprovativo da fragilidade da vida diante de algumas enfermidades, está a morte de vários líderes religiosos, que atuam na linha de frente do enfrentamento do mal sob a ótica da fé. Só a Igreja Assembleia de Deus, ministério de Belém, maior denominação evangélica do país, já perdeu quatro líderes exponenciais em Mato Grosso para o vírus nas últimas semanas.
O mais recente, pastor José Damasceno de Castro, 61, faleceu nesta quarta-feira, 22, no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, onde encontrava-se internado. Ele pastoreava uma comunidade da denominação em Nobres. “Perdemos mais um pastor, mais um grande obreiro”, lamentou o vereador Abilio Brunini, de Cuiabá.
Outros
José Damasceno é o quarto líder da Assembleia de Deus a morrer em decorrência da Covid-19. Nesta segunda-feira (20) o pastor José Geraldo dos Anjos, morreu vítima da doença.
No dia 8 deste mês, o presidente da Assembleia de Deus em Mato Grosso, o pastor Sebastião Rodrigues de Souza, de 89 anos, também morreu vítima do novo coronavírus. Ele ficou internado por vários dias na UTI de um hospital particular, em Cuiabá.
O filho dele, o também pastor Rubens Siro de Souza, 68 anos, havia falecido 5 dias antes pela mesma doença. Sebastião e Rubens eram, respectivamente, avô e tio do vereador Abílio Brunini (PSC).
De acordo com o boletim da Secretaria Estadual de Saúde, Mato Grosso já registra 35.673 casos e 1.386 óbitos por coroanvírus.