Nildomar e Prof. Fábio e o fator quociente eleitoral

RESUMO DA NOTÍCIA

O "fator quociente eleitoral" deixou muita gente com muitos votos fora das Câmaras municipais e candidatos com menos votos - em alguns casos bem menos - dentro do legislativo, nas novas gestões. Entenda porque.
Se o professor Fábio Marcelo Vaz, com a terceira melhor votação para o legislativo em Colniza – 397 e um a menos que a segunda colocada, Nayara Beni, que teve 398 – e o vereador Nildomar Gusmão, quinto em Castanheira, com mais de 200, não  conseguiram inserir seus nomes no legislativo de 2021, exemplos não faltam em todo o país, gerando uma onda de críticas nas redes sociais.

A situação, contudo, se deve ao quociente eleitoral, cálculo que estipula quantos votos cada partido precisa somar para obter uma ou mais cadeiras no legislativo municipal. Se não atingir esse número, o partido não terá representante na Câmara. A regra é aplicada na escolha de vereadores e deputados (estaduais, federais ou distritais).

O Site Uol, na reportagem “Quociente deixa de fora candidatos com mais votos que alguns eleitos”, destaca vários exemplos. A começar por Alice Carvalho, do PSOL, 24 anos, que foi a mais votada em Santa Maria, RS, e superou todos os outros adversários, mas não foi eleita. Ela obteve 3.371 votos – 695 a mais em relação ao segundo colocado. Ocorre que os outros candidatos da sigla não conseguiram atingir os 6.907 votos para a sigla conquistar uma vaga.

Todos os citados na reportagem, com amplas votações em relação a candidatos com poucos votos mas que conseguiram, por conta do “fator quociente” ser eleitos, não escondem o descontentamento por ficarem fora da Câmara. “O sistema é esse”, destaca o advogado Rodrigo Marinho, do Novo, que angariou 8 mil votos, mas não conquistou uma vaga porque o seu partido teria que alcançar 13 mil votos em Fortaleza, no Ceará. Por lá, candidato com 3 mil votos conseguiu vaga.

Partido x Liderança pessoal

Na reportagem do Uol o cientista político e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Tiago Losso, destaca que o quociente eleitoral procura aumentar a importância do partido e coibir a liderança pessoal de um candidato. “É uma maneira de amenizar a força popular. Por mais estranho que isso possa parecer, nosso sistema atua para evitar que uma maioria tenha muita interferência. Uma Câmara de vereadores não é formada pelos mais votados, mas pelos mais votados de determinados partidos”, entende.