PIB cai em 24 dos 27 Estados do país

RESUMO DA NOTÍCIA

Apenas Mato Grosso do Sul e Roraima tiveram variações positivas do PIB em 2020. Mato Grosso teve estabilidade. Nos demais Estados houve queda.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu em 24 das 27 unidades da Federação em 2020, frente a 2019, segundo os dados das Contas Regionais 2020, divulgadas na última quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Na semana passada, o IBGE apresentou a revisão do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, de uma queda de 3,9% anteriormente divulgada para uma redução de 3,3%. O movimento faz parte do trabalho rotineiro de incorporar novas pesquisas e fontes externas ao instituto. Nesta quarta-feira, o instituto divulga pela primeira vez os desempenhos regionais.
 
Em 2020, apenas Mato Grosso do Sul (0,2%) e Roraima (0,1%) tiveram variações positivas no PIB, influenciados principalmente pela agropecuária. Mato Grosso, também com impacto do setor, teve estabilidade.
 
Todas as demais 24 unidades da Federação tiveram queda, sendo que, em 12 delas, a retração ficou abaixo da média brasileira (-3,3%).

Segundo as Contas Regionais, Rio Grande do Sul teve a maior queda em volume (-7,2%), seguido por Ceará (-5,7%), Rio Grande do Norte (-5%), Espírito Santo (-4,4%), Rondônia (-4,4%) e Bahia (-4,4%).
 
No Rio Grande do Sul, o resultado foi influenciado pela agricultura, que sentiu impacto da estiagem em 2020, e pelas indústrias de transformação, devido ao segmento de preparação de couros.
Os demais recuos foram em Alagoas (-4,2%), Acre (-4,2%), Pernambuco (-4.1%%), Paraíba (-4,0%), Piauí (-3,5%) e São Paulo (-3,5%).
 
Oito estados mudaram de posição
 
Oito unidades da Federação trocaram de posição no ranking de participação no Produto Interno Bruto (PIB) na passagem entre 2019 e 2020.
 
Ao longo da série histórica, iniciada em 2002, apenas em 2014 e 2016 o número de movimentações de posições foi maior. Segundo o IBGE, isso reflete o impacto diferente da pandemia nas diferentes regiões do país.
 
São Paulo (31,2%), Rio de Janeiro (9,9%) e Minas Gerais (9%) mantiveram suas posições no ranking no top 3 das maiores economias do país, embora tenham tido queda na participação.
 
Com ajuda da agropecuária, o Paraná avançou da quinta para a quarta posição. Ao mesmo tempo, o setor também colaborou para a perda do ganho relativo do Rio Grande do Sul na economia do país. O Estado sofreu influência negativa da estiagem em 2020, além das indústrias de transformação, devido ao segmento de preparação de couros.
 
O Pará, devido ao ganho relativo atrelado às indústrias extrativas, avançou, da 11ª para a 10ª posição, ocupando em 2020 a colocação que até o ano anterior era de Pernambuco.
 
Mato Grosso, que também se destacou em 2020 pelo desempenho da agropecuária, avançou para a 12ª posição, ultrapassando o Ceará, que caiu para a 13ª posição.
 
Mato Grosso do Sul subiu uma posição, para a 15ª, enquanto o Amazonas caiu para a 16ª, pois o primeiro elevou sua participação no PIB, de 1,4% para 1,6%, enquanto o segundo manteve-se com 1,5%, entre 2019 e 2020.
 
“Houve muita troca de posição, muito mais que nos anos recentes. Isso é reflexo do primeiro ano da pandemia e da forma como ela ocorreu, diferentemente entre as unidades da federação”, diz a gerente de Contas Regionais do IBGE Alessandra Poça.
 
O movimento reflete o impacto da pandemia nos setores com mais ou menos peso na economia dos estados, aponta ela.
 
“A agropecuária cresceu 4,2%, mas representa cerca de 5% do PIB nacional. Nos estados do Centro-Oeste, chega a 20% do valor adicionado, o que compensou parcialmente a queda nos serviços. O Rio Grande do Sul foi um dos poucos estados onde a agropecuária não colaborou, devido a problemas climáticos”, afirma.