Se alguém fosse contextualizar o clássico “Mulheres de Atenas”, de Chico Buarque, teria uma mulher, em Castanheira, como boa referência. Às 19 horas desta segunda-feira, depois de jantar, ela fechou os olhos, para sempre, nos braços de uma das filhas. "Sua saúde estava muito frágil nos últimos anos", relata um dos familiares.
Maria Schmitt Dill nasceu no dia 10 de janeiro do distante ano de 1933, no século passado, em Santa Catarina. Como muitos sulistas, seguindo o esposo, Alfonso Dill, falecido em 2 de dezembro de 2011, chegou a Castanheira há 41 anos, quando ainda não se cogitava a formação de uma cidade, estabelecendo-se na região hoje conhecida como Vale Ouro, na busca comum de uma nova terra para se plantar sonhos.
“A vida de minha vó pode ser resumida numa palavra: guerreira!”, diz emocionada a neta Alexsandra dos Anjos Ribeiro, destacando as luta que teve com sua frágil saúde. “Já com 80 anos fez uma cirurgia de risco, na cabeça, e aos 83 uma outra, de vesícula, mas nunca perdeu a alegria, o jeito amoroso de ser e a vontade de viver”, lembra.
Ao longo dos 86 anos de sua história, deixou 11 filhos, 22 netos e 18 bisnetos e uma legião de amigos. E como legados maiores, segundo os familiares, a honestidade e a coragem para enfrentamento dos desafios mais difíceis. Como paráfrase à canção de Chico, já mencionada: “que as mulheres se mirem em seu belo exemplo!”. Viveu parte de seu tempo em Castanheira no 1º Assentamento do Vale do Seringal, no Sítio São Jorge. Seu sepultamento acontece às 15 horas desta terça-feira, 05, no Cemitério Bom Jesus.