Compondo uma caravana de 12 representantes do setor leiteiro, sendo o único da região noroeste do Estado, o empresário Lenoir Maria, proprietário do Laticínios Casterleite, esteve em Nuelva Helvécia, pequena cidade do sudoeste do Uruguai, dentro de uma iniciativa do SEBRAE de incentivar o conhecimento dos empreendedores do Estado.
Além de ser um lugar muito conhecido pelo turismo, por lembrar cenários da Suiça, Nuelva Helvécia ou Nova Helvécia para os brasileiros, relembra o início da tradição uruguaia de fazer queijos de qualidade. Um dos pontos visitados, uma queijaria de 1868, que ainda guarda peças do tempo dos suíços, é hoje um museu do queijo artesanal uruguaio.
Lenoir voltou literalmente encantado. Embora o país limítrofe mais ao sul do Brasil tenha seus problemas, como alguém que busca o lado positivo das coisas, destaca da pequena cidade, com pouco mais de 10 mil habitantes, a hospitalidade do povo, o respeito as tradições e acima de tudo a valorização aos professores, algo meio em crise por aqui.
Mas, e o leite, o queijo, etc? Claro que chamou a sua atenção a qualidade de fabricação do queijo no Uruguai, país conhecido pela alta qualidade de seu leite, produto que exporta para mais de 50 países, num volume cinco a seis vezes maior do que o Brasil, mesmo tendo apenas o equivalente a 1% dos nossos produtores.
O empresário castanheirense destaca da pequena cidade a existência de uma escola de 2º grau que forma técnicos em fabricação de queijos e uma faculdade, com curso de graduação superior em formação de queijeiros, que recebe alunos de diversos países. Nestas instituições, onde o ensino é gratuito, há um ciclo completo para formação: campo, vacas leiteiras da melhor qualidade, ordenha e até laticínio.
E para despertar o interesse dos castanheirenses em visitar a cidade colônia, que dista pouco mais der 100 quilômetros da capital do pais, Montevidéu, Lenoir lembra que por lá só existe gado puro, sem necessidade de inseminação. “A média de produção é de 30 litros por matriz”, observa. Para o lazer, o visitante pode encontrar belas praias na região, com balneários que lembram cenários de filmes.
Ao falar da educação do povo, destaca que ninguém joga nada na rua. Como diz uma frase, lixo por lá é na lixeira, algo que os castanheirenses precisam aprender. Como exemplo cita que ao assistir um desfile, no qual parte era formada de comitivas, como nas cavalgadas de Castanheira, percebeu que uma equipe de limpeza, constituída de garis, seguia logo atrás, coletando os dejetos deixados pelos animais.
Segundo ele, a pastagem no Uruguai é formada de leguminosas, gramíneas e vegetais de alto teor nutritivo. Ordenhas são três por dia, às 3h, às 9h e às 15h. Pequenas propriedades em Nova Helvécia produzem algo em torno de 700 litros de leite/dia.
Outro destaque da região é o queijo colônia. Para prepara-lo, o leite é tirado na hora, das vacas em lactação. O colônia é um queijo que tem olhos, buracos no corpo do queijo. Diferente dos queijos cegos, como o parmesão, por exemplo, que não tem buracos ou olhaduras.
“Tivemos uma experiência enriquecedora”, conclui o empresário, referindo-se a viagem feita entre 16 e 23 de novembro passado.