Quando, no final da tarde desta sexta-feira, 06, balões brancos subiram aos céus, no Cemitério Bom Jesus, o simbolismo deste tipo de homenagem, cada vez mais comum em alguns eventos, tinha plenitude na história da personagem evocada: Julia Quintino.
Paz, pureza e saudade, segundo o significado desta bela tradição, foram algumas das expressões usadas em várias manifestações relacionadas a menina meiga, de olhos verdes intensos, cuja morte ganhou projeção nacional nos últimos dias.
Foi o último, e talvez o mais sofrido dos atos, vivenciado por amigos e familiares, num cenário em que até a chuva apareceu, lembrando uma tradição, segundo a qual, ela mostra a sua cara quando alguém que ama intensamente a vida deixa a terra dos viventes.
Antes, na Casa da Saudade, não faltaram palavras, articuladas por vários influenciadores, com os tons característicos das falas de consolo, algo que, nestas horas, dificilmente acontece, devido a força da ruptura entre vida e morte e da materialização de um dos limites mais extremos da existência.
E desde que essa tensão entre o que é e o que deveria ser é inevitável, num rito onde principalmente o silêncio cumpre relevante papel, cabe a oportuna lembrança, na leitura cristã que se faz da vida e da morte, de que Deus não criou o homem para morrer.
“A morte não é necessariamente o final de uma relação”, observou um dos presentes, numa prosa entre amigos. E mesmo não sabendo do sentido desta expressão, muitos, no local, num gesto de fé, falavam em continuação da história e registravam um “até breve”.
E foi assim que Castanheira se despediu de um de seus filhos queridos, em dois cenários distintos, mas interligados, por onde transitaram alguns também pais e amigos de outros que partiram “cedo demais”, reforçando um tom de saudade. Valeu Júlia!
Assim foi. Assim é. Assim será!