*Psicóloga Aline Pereira da Silva
Quando uma pessoa é diagnosticada com COVID-19, e não possui complicações de saúde que exigem a hospitalização, a recomendação médica e de biossegurança é o isolamento em casa, precisando ficar em cômodos separados dos outros moradores e também manter constante higienização dos moveis, espaços e objetos.
Estar em casa sem poder se aproximar dos filhos, companheiro (a) e outras pessoas de convívio diário, sem sair de casa, ir ao trabalho e em tantos outros lugares é um desafio para quem se recupera do vírus e seus familiares.
Para além das individualidades de cada pessoa, o “ter” que ficar em casa, traz algumas conotações que podem gerar angustia. Ao receber o diagnóstico positivo para COVID-19 surgem muitos sentimentos, o medo da morte é um deles, de infectar outra pessoa também, porém existe outros sentimentos relacionados ao ficar em casa, como a frustração, ansiedade, solidão, abandono.
Surgem preocupações sobre o que os outros vão pensar, em como aproveitar com qualidade o tempo em casa, quais atividades serão realizadas, como vai ficar as atividades não realizadas no trabalho ou se é possível o home office, enfim é um aglomerado de preocupações que geram diversos sentimentos.
Estar em casa incomoda talvez porque, além das inúmeras preocupações, traz a ideia de recolhimento, de interiorização, de reflexão, é um movimento em direção ao interno. E, nesse aspecto pode ser que a pessoa não esteja preparada para entrar em contato com sentimentos mal elaborados, emoções não expressadas, lidar com relações desgastadas ou conflituosas, ou seja, manejar os conflitos internos antes camuflados pelo excesso de atividades e funções no cotidiano.
Fazer esse movimento de volta ao interior demanda esforço e disposição, uma vez que vivenciamos uma cultura que valoriza ao extremo o “estar bem” o tempo todo e o recolhimento é tido como indesejável.
Uma das dificuldade em fazer esse movimento são as críticas ao que se sente. A não capacidade de aceitar os próprios sentimentos e emoções traz inquietude e sentimentos de inadequação. Como se estivesse sentindo errado. O sentir, por si só não é bom nem ruim, mas é uma forma de expressar resposta diante nossas experiências no mundo.
O estar em casa pode ser vivenciado como uma oportunidade singular de perceber coisas que de outro modo não se perceberia, de reconectar com o que é essencial na própria vida. Uma forma de desacelerar, de descansar, de apreciar a vista e desfrutar do próprio esforço.
Fonte de inspiração: <https://blog.psicologiaviva.com.br/enfrentando-o-isolamento-social/>
*Aline é do grupo de Psicólogas de Juína que resolveram se unir para dar apoio as pessoas que sofrem com os reflexos da pandemia Covid 19
*Aline é do grupo de Psicólogas de Juína que resolveram se unir para dar apoio as pessoas que sofrem com os reflexos da pandemia Covid 19