Começa o inverno: a partir de hoje, dias mais longos

RESUMO DA NOTÍCIA

Desde às 06h13 de hoje, horário de Brasília, entramos no inverno. Até setembro os dias vão ser mais longos.
inverno de 2022 começou oficialmente neste 21 de junho, precisamente às 06h13 (Horário de Brasília), quando ocorre o solstício de inverno no hemisfério sul e solstício de verão no hemisfério norte.

“As estações do ano ocorrem devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita e também devido à sua translação em torno do Sol. O início das estações do ano é associado aos instantes dos solstícios (inverno e verão) e dos equinócios (outono e primavera)”, explica a Dra. Josina Nascimento, do Observatório Nacional – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (ON/MCTI). 
 
O termo “solstício” vem do latim e significa "sol parado". O termo teve origem a partir da observação da trajetória do Sol no céu por astrônomos antigos. Eles notaram que o local em que o sol se encontrava no céu ao meio-dia mudava a cada dia. Esta localização ia ficando cada vez mais alta no céu até que alcançava um ponto máximo e "parava". Depois, ia ficando cada vez mais baixa e também "parava" para, então, tornar a subir. 
 
Essas “paradas” correspondem, respectivamente, aos solstícios de verão e de inverno. 
 
“Uma outra forma de observar o ‘sol parado’ é contemplar os locais onde o sol nasce e se põe a cada dia. Nos equinócios, o sol nasce no ponto cardeal leste e se põe no ponto cardeal oeste. Após as datas dos equinócios, o sol nasce cada dia mais afastado do ponto cardeal leste e, nos dias dos solstícios, atinge o máximo afastamento a nordeste (no solstício de inverno no hemisfério sul) e a sudeste (no solstício de verão no hemisfério sul)”, diz Josina.
 
O mesmo acontece nos locais onde o sol se põe. Após as datas dos equinócios, o pôr do sol ocorre cada dia mais afastado do ponto cardeal oeste. Já nos dias dos solstícios atinge o máximo afastamento a noroeste (no solstício de inverno no hemisfério sul) e, inversamente, o máximo afastamento a sudoeste (no solstício de verão no hemisfério sul).
 
Aqui é importante notar que em hipótese alguma deve-se observar o sol diretamente, sob pena de causar lesões na retina. Para observar o Sol, é preciso o uso de filtros apropriados ou fazer-se observação indireta. 
 
Outra característica observada é a variação dos comprimentos dos dias e das noites. Nos equinócios, o comprimento do dia é praticamente igual ao comprimento da noite. Após o equinócio de outono, o sol vai nascendo cada dia mais tarde e se pondo cada dia mais cedo até chegar na maior noite do ano em data próxima do solstício de inverno.
 
“A partir de então, o sol começa a nascer mais cedo e a se pôr mais tarde para novamente chegar ao mesmo comprimento do dia e da noite em data próxima ao equinócio de primavera. Os dias continuam sendo cada vez maiores até a menor noite do ano que ocorre em data próxima ao solstício de verão. Esse efeito é tão maior quanto mais afastado do equador terrestre o observador se encontra”, explica Josina. 
 
A astrônoma esclarece, ainda, que nem sempre o início do inverno ocorre no dia 21 de junho, podendo começar também no dia 20.
 
Essa mudança ocorre porque o nosso ano civil de 365 dias não é igual ao ano trópico, que é o intervalo de tempo médio de translação da Terra contado a partir de um equinócio de março até o próximo equinócio de março.
 
O ano trópico, no qual o nosso calendário gregoriano é baseado, tem o comprimento de 365 dias, 48 minutos e 46 segundos. Como o acerto entre o ano civil e o ano trópico é feito através do ano bissexto, o horário do início das estações é defasado de cerca de 6 horas de um ano para outro, até que no ano bissexto isso é corrigido.

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Observatório Nacional