Por: Adriana Maria Neis Bourschaidt*
A substituição das ferramentas tecnológicas por sentimentos presenciais, até que ponto você consegue a satisfação?
A substituição das ferramentas tecnológicas por sentimentos presenciais, até que ponto você consegue a satisfação?
Como está seu coração, a título de sentimentos?
Desde o início da pandemia do novo corona vírus, obrigados ao distanciamento social, muitas pessoas tiveram que substituir o contato físico pelo virtual ou por telefonemas daqueles que ainda resistem ao uso da tecnologia de aplicativos virtuais.
Mediante tantas mudanças ao longo dos anos, o amor, a intimidade, a sexualidade, o erotismo, já vinham sofrendo alterações, no que tange as emoções e definições particulares, e hoje novos significados estão sendo incorporados a esses sentimentos, modificando totalmente as formas de se relacionar, a pandemia acelerou esse processo ainda mais, devido ausência de contato físico.
Por óbvio que, nessa nova forma de comunicação e interação, ocorreram mudanças significativas e que possivelmente permanecerão pós pandemia, haja visto as facilitações no que tange ao acesso e proximidade das ferramentas tecnológicas, que possibilitam a abertura de várias portas para a nova era de formas de trabalhar e se relacionar em sociedade.
Ocorre que, na mesma proporção das benesses proporcionadas por esses novos métodos de interação e relação social em todos os âmbitos, surgem também questões preocupantes e que precisam ser analisadas e trabalhadas, do ponto de vista psicológico, de forma a não interferir tão nocivamente nas relações afetivas.
Embora saibamos que, se fez necessário esse distanciamento, as relações passaram e ainda passam por um processo melindroso com relação aos sentimentos, aos valores até então vividos e defendidos, principalmente nas relações familiares, as quais foram muito afetadas, conforme acompanhamos diariamente, alcançando também impacto nas relações de trabalho.
O que não podemos é, deixar que a imposição virtual ocupe totalmente a vida das pessoas, deixando de lado o abraço, o toque, o sentimento físico que não pode ser substituído por nenhuma máquina, até o presente momento.
Enfim, sentimentos até podem ser demonstrados visualmente por máquinas, porém não conseguem na sua essência serem sentidos, levando em conta as subjetividades existentes que somente advém dos humanos e não das máquinas, por mais sofisticadas que sejam.
Somos sabedores também, que muitas pessoas já vinham optando pelo contato virtual, em menor proporção, porém se faz necessário observar que tais escolhas devem ser equilibradas, pois a maioria das pessoas ainda preferem e necessitam do contato físico e das relações sociais sem tanta interferência das máquinas, haja visto o perigo de se tornarem cada vez mais vulneráveis e com doenças psicológicas irreversíveis, por não saberem lidar com tal situação.
O desafio agora é, conseguir equilibrar as opções oferecidas, lembrando que é necessário VIVER, não só existir, respeitando é claro todas as formas e escolhas de cada ser humano.
O distanciamento social trouxe valores importantes que estavam adormecidos, a exemplo, a solidariedade, justamente ela que fora substituída pela modernidade e suas inovações/facilitações, onde o cenário se encontrava com uma rotina egoísta, podendo ser descrita da seguinte maneira: “ é cada um pra si e Deus pra todos” justamente essa, agora em período pandêmico com exigências de distanciamento e substituição pelas máquinas, emerge forte e extremamente necessária à sobrevivência de nossa espécie.
Diante desse cenário, você já parou para refletir o que mudou na sua vida em se tratando de relações afetivas??? Tens substituído o convívio físico pelo virtual e gostado dessa experiência?
São questionamentos pontuais e necessários, pois nortearão as novas relações e as implicações oriundas dessa nova era, levando em consideração que nossa genética pode ser alterada sem necessariamente termos que mexer no DNA, tema abordado na matéria publicada em 02/09/2020- Epigenética: Hererditariedade- Nutrição Altera sua Expressão.
Portanto, suas escolhas terão forte influência não só em sua vida, mas certamente na vida de seus sucessores, modificando inclusive traços da hereditariedade, abrangendo todos os aspectos, por certo que, os sentimentos são destaque nessas escolhas.
Vale a pena refletir e buscar o equilíbrio nessas novas ofertas de vida.
Cuide do seu coração, dos seus sentimentos!! Inovar é necessário, porém de forma equilibrada, nada substitui o amor.
REFERÊNCIAS:
TEIXEIRA, Larissa. São Paulo. Distanciamento pode provocar mudanças nas relações afetivas. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 de jun. de 2020. Disponível em: https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2020/06/distanciamento-pode-provocar-mudancas-nas-relacoes-afetivas.shtml. Acesso em: 14 de jun. de 2020.
REBOUÇAS, Álvaro. Contra a pandemia da Covid-19, o que pode o amor? Fundação Edson Queiroz- Unifor- Ensinando e Aprendendo. Fortaleza-CE, 05 de jun. de 2020. Disponível em: https://www.unifor.br/-/contra-a-pandemia-da-covid-19-o-que-pode-o-amor- Acesso em: 14 de out. de 2020
* Acadêmica de Bacharelado em Direito na Faculdade do Vale do Juruena – AJES
* Acadêmica de Bacharelado em Direito na Faculdade do Vale do Juruena – AJES
