Na literatura é comum a referência do amor de mãe como insuperável na experiência humana. Na própria Bíblia, que sintetiza a fé dos cristãos, é usado para comparar o amor do criador em relação a criatura. Sendo isto, imaginar uma mãe, num acidente, causando a morte de um filho deve originar a pior das dores.
Foi o que aconteceu nesta segunda feira, 07, na cidade de Mirassol D’Oeste, a 682 quilômetros de Castanheira. Uma mãe chega, de carro, por volta das 10h30, em casa. A filha, de 11 anos, vai abrir o portão. E a imagem é sempre da alegria do encontro. Um descuido, porém, força a queda do portão e do muro, que caem sobre a menina.
A cena de desespero despertou a ação de um transeunte, que socorreu a vítima, encaminhando-a para o Hospital da cidade. Ela, porém, não resistiu aos ferimentos. Vanessa Manuella, a linda garota, teve um corte profundo na região frontal e traumatismo craniano. A mãe, em estado de choque, também teve que ser socorrida.
Que lições desta tragédia? Geralmente os comentários posteriores ao registro do fato nos sites, em situações como essa, revelam o perigo dos julgamentos. O acidente, em si, foi algo fortuito, que pode ocorrer, infelizmente, a qualquer um. A lição mais oportuna e recorrente em todas as situações inesperadas de morte, é que o último ato, por aqui, na história de cada um, pode acontecer a qualquer momento. Nunca se sabe.
O luto desta mãe se soma ao de centena de outros que, diariamente, perdem ente queridos de forma inesperada, como uma seta que voa na direção de um alvo. E desde que o viver é tão instável, resta a cada um ver o amor como imperativo nos processos relacionais. Porque todos nós passamos e fica aquilo que ele plantou.