“O bicho está pegando. Se cuida!”. O alerta do vendedor autônomo Walter Borges, morador de Sinop, mas com foco do trabalho no Pará, para um amigo de Castanheira, bem que poderia ser alvo de uma campanha por aqui. Alguns castanheirenses, em grupos de WhatsApp, em conversas de domínio público, têm reclamado do descuido da população em relação ao corona vírus, num momento em que o mundo inteiro sinaliza com um novo avanço da pandemia e o Brasil atinge a marca de mais de 200 mil mortos.
“Por aqui estamos na expectativa, pois várias cidades estão voltando a decretar lockdown e caminhões frigoríficos com corpos dentro voltaram a circular”, diz Walter. Ao indagar sobre Castanheira, um dos áudios em circulação é enviado como resposta. Nele, uma moradora da cidade destaca que em muitas lojas comerciais da cidade nem os funcionários observam mais os cuidados mínimos, como o uso de máscaras, e reclama de uma fiscalização mais rígida e efetiva.
Se os números de boletins anteriores da Saúde talvez tenham contribuído para um afrouxamento de grande parte da população, refletida em ajuntamentos, festas e lugares lotados, em muitos casos sem quaisquer cuidados, os números mais recentes deveriam promover pelo menos uma discussão entre as partes interessadas em manter os índices aceitáveis de meses, em Castanheira, abaixo da média estadual. Desde os primeiros sinais de alertas no município, em março de 2020, os parâmetros nunca estiveram tão altos como nos últimos dias.
Pelos dados do documento, divulgado nesta sexta-feira, 08, nos primeiros dias do ano 07 novos casos foram confirmados, 10 aguardam resultados e 23 estão sendo monitorados pelo órgão municipal. Quando confrontados com números de outros municípios da região noroeste, embora alguns tenham população maior, os de Castanheira ainda são baixos. Em Brasnorte, por exemplo, segundo Boletim Recente, existem 145 casos ativos. Até por isto não seria o caso de reforçar a importância dos cuidados, inclusive no comércio, bares e similares? Alguns castanheirenses anseiam por resposta.
Num grupo de WhatsApp, um cidadão preocupado lembra de muitos cenários que eram tranquilos e que foram mudados, repentinamente. Para os que destacam que por aqui morreram apenas três pessoas, todas com outras comorbidades, outro participante do mesmo grupo lembra os reflexos até permanentes na saúde de muitos que hoje estão na lista dos “curados”. Em Castanheira são 108, num universo de 304 casos que foram alvo de intervenção da Secretaria Municipal de Saúde, 164 dos quais descartados. Destes é provável que muitos, no futuro, percebam as sequelas.
Confira, a seguir, dados do mais recente Informe Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde: