“ESTAMOS VIVENDO NUMA PRISÃO”. A frase de Seridelson Alves de Oliveira, filho de Governador Valadares, que residiu em Castanheira entre os anos de 1994 a 1998, não soa como uma reprovação, afinal ele está residindo em Turim, na região de Piemonte, na Italia, e sabe que o avanço do corona-vírus precisa ser contido.
“De um caso, em 21 de fevereiro, o vírus evoluiu para 31.506 contágios, matando 2.503 cidadãos”, revela ele, mostrando dados do Ministério da Saúde do país. Casado com a ítalo-brasileira Natalia Tavares Santos, revela que já está fazendo “hora extra na terra”, apesar de seus 38 anos. Sua preocupação e da esposa é com os filhos Rafael e Ester (gêmeos) e Emily.
Desafiado pelo Innovare News a descrever cenários, destaca que lojas, escolas, shoppings, bares, academias, restaurantes, entre outros, estão fechados. “Sair, só para ir ao supermercado, farmácia, hospital e ao serviço, mas neste caso específico temos que preencher um formulário, indicando a necessidade”.
Sobre as razões do alto índice de afetados e mortos na Italia, entende que foi negligência. “Outros vírus não fizeram vítimas aqui, sendo provável que muitas autoridades não imaginavam que isto poderia acontecer, mas aconteceu”.
Trabalhando com manutenção de ar condicionado em hospitais, Seridelson tem testemunhado cenas surreais, como médicos em exaustivas jornadas de trabalho em desespero. “Já encontrei alguns deles chorando, nos corredores, pois em alguns casos têm que decidir quem recebe atendimento e quem não recebe”.
Além da falta de leitos, UTI’s e materiais básicos recomendados no combate ao vírus como gel e luvas, relata que em algumas regiões já existe desabastecimento, chegando a faltar comida. Em bom mineiro salienta: “o troço tá feio”.
Aos castanheirenses manda alguns conselhos práticos, respaldado nas experiências do dia a dia: “Tomem todo cuidado, para não serem pegos de surpresa, obedeçam as orientações de autoridades de saúde”.