Quando o coronavírus começou a se dissiminar, o fato de se manifestar no hemisfério norte, no começo do inverno, fazendo surgir a hipótese de que o vírus teria menor intensidade em locais quentes, chegou a alentar alguns. Em Castanheira alguém chegou a registrar num post “aqui ele não chega”.
Passados os meses e com o município evoluindo de 0, por muito tempo, para 49 casos confirmados no município e com o Estado, tradicionalmente quente, chegando a ficar no topo do ranking vermelho, a questão “clima” entrou na agenda das pessoas que se preocupam com a pandemia.
Aos interessados no tema, essa terça-feira, 04, é importante. A Organização Meteorológica Mundial (OMM), um braço das Nações Unidas (ONU), realiza simpósio virtual com cientistas de várias partes do planeta para discutir essa dúvida presente desde o início da pandemia: há alguma relação entre as condições climáticas e o avanço do novo coronavírus numa determinada geografia?
Embora fatores ambientais não sejam o motivador principal da pandemia, a maneira como o vírus se propaga em diferentes zonas climáticas intriga os pesquisadores. “É importante determinar se as condições meteorológicas influenciam no contágio”, afirma Jürg Luterbacher, cientista-chefe da OMM.
O coronavírus se propagou rapidamente por diferentes estações climáticas e temperaturas. Originalmente, a doença se manifestou no hemisfério norte, no começo do inverno. Inicialmente, foi considerada a hipótese de que o vírus teria menor intensidade em locais quentes. Hoje, porém, países tropicais ou subtropicais estão entre os mais atingidos pela pandemia, como é o caso do Brasil.
Ao mesmo tempo, países europeus que estão saindo do verão enfrentam uma segunda onda da doença. Segundo a organização, é preciso determinar se há alguma relação entre a mudança de temperatura e o ressurgimento da doença. Essa questão, no entanto, ainda está muito baseada em experiências com outras doenças respiratórias.
O simpósio, realizado por videoconferência, tem a participação de 450 cientistas, que analisam cerca de 100 estudos sobre o tema realizados em 20 países. A ideia inicial do evento partiu de um time de pesquisadores da universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que monitora a disseminação da doença desde o início da pandemia.
Com Exame
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