Alguns dizem que prenunciam a chegada das chuvas. Outros, lembram que nesta época do ano completam um ciclo, que começa dois anos antes. Independente dos conceitos, as cigarras estão por aí, em toda parte da cidade, especialmente nas árvores, emitindo um som inconfundível. Alguém escreveu que, nesses tempos de coronavírus, todos os sons somados soam como lamento por tantas perdas.
Na verdade, as próprias cigarras, após a curta e intensa temporada de cânticos, também se vão. Definidas como insetos de metamorfose incompleta, estão envoltas no seguinte ciclo de vida:
· Fêmeas põem seus ovos e morrem logo depois. Os ovos eclodem.
· Os insetos jovens (ou "ninfas") caem no chão e entram na terra.
· As ninfas vivem na terra até por anos (depende da espécie) se alimentando da seiva de raízes.
· Depois, cavam túneis, sobem nas árvores e sofrem uma metamorfose, a ecdise, se tornando adultas e prontas para o acasalamento.
· O acasalamento ocorre geralmente durante os meses quentes do ano, o que varia de acordo com a região geográfica.
Neste site você pode ouvir um pouco do coro de “nossas cigarras” numa das regiões arborizadas da zona urbana de Castanheira, em reportagem feita para homenagear sua presença nessas tristes tardes de pandemia. Em suas proximidades uma moradora se manifesta: "amo os fins de tardes de agosto, quando essa sinfonia, gratuita, invade todos os cômodos de minha casa!"