Vivaldo S. Melo
Na edição especial “Castanheira: Fragmentos de uma História” a revista Innovare News, no texto “Antes de tudo existir...” relata que, num sentido literal, Castanheira, que completa nesta terça-feira 35 anos de história, poderia nem existir. Mas, vários eventos contribuíram para o seu surgimento.
Na edição especial “Castanheira: Fragmentos de uma História” a revista Innovare News, no texto “Antes de tudo existir...” relata que, num sentido literal, Castanheira, que completa nesta terça-feira 35 anos de história, poderia nem existir. Mas, vários eventos contribuíram para o seu surgimento.
O surgimento de Fontanillas, Juina, Castanheira, entre outros municípios da região noroeste de Mato Grosso tem vários capítulos interessantes. Os eventos em torno da rodovia conhecida até hoje como AR-1, sendo também referenciada como MT 174, é um deles.
Projetada para chegar a Aripuanã, primeiro município da região noroeste na segunda metade do século XX, com sede administrativa em Cuiabá, esta rodovia, que começou em Vilhena, hoje Rondônia, ente 1974 e 1975, teve o avanço paralisado por adentrar em área dfesignada como “terra reservada para perambulação indígena”.
O ponto desta paralização estava há mais ou menos 100 quilômetros até chegar onde hoje situa-se Castanheira, nas imediações do Rio 21, como era conhecido. O entrave só foi resolvido com uma mudança de leitura deste cenário, a partir de deliberação do governo federal.
A construção desta rodovia, de valor histórico fundamental para se entender o processo de povoamento da região noroeste, foi definida quando, em 1972, ou seja, uns dois anos antes, o governo do Estado, através da lei 3307, passou para a Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso (CODEMAT), toda a terra devoluta do município de Aripuanã para fins de colonização e reforma agrária, que deveria ser vendida para as colonizadoras, através de licitação pública. Neste época nem a cidade de Aripuanã, onde a AR-1 deveria chegar, existia. Era uma pequena vila, onde residiam especialmente garimpeiros.
O projeto de colonização do noroeste de Mato Grosso, designado Polo Amazônia, que visava a ocupação daquilo que alguns chamavam de “espaços vazios” da grande região, tese contestada por alguns historiadores, para os quais as nações indígenas já existiam, objetivava, inicialmente, a formação de núcleos populacionais nas áreas de Juína, Cotriguaçu, Juruena e Colniza.
Como Castanheira, naquelas alturas, não existia na planilha dos engenheiros que desenharam a rota da estrada, é possível dizer que o município poderia nem ter existido, pelo menos na década em que começou a emergir, praticamente a mesma de Juína. Daí, no imaginário popular, as várias histórias, uma delas pleiteando que a árvore preservada na entrada da cidade, que estava na rota das derrubadas, começou a ser uma espécie de parada obrigatória. A partir dela teria nascido o interesse de muitos em se estabelecer na região e designar o povoado que começou a nascer de Castanheira.