Chuvas chegaram a isolar regiões em Castanheira

“É difícil controlar a mãe natureza”. A expressão, de uma autoridade ambiental, diante das inundações recordes dos últimos tempos em diversos países, acabou sendo usada com frequência nas redes sociais nas últimas semanas, na região noroeste de Mato Grosso, diante das chuvas intensas e seus resultados preocupantes.

Castanheira esteve no centro de muitas citações. Imagens das condições intrafegáveis nas imediações do Rio Vermelho, na BR 174, chegaram a ser projetadas numa das edições do Jornal Hoje da Rede Globo de Televisão. 

No final de semana, algumas regiões do Vale do Seringal, que agrega 4 assentamentos rurais, ficaram ilhadas, pois as águas comprometeram estruturas de pontes, chegando a destruir algumas, como no 1º Setor, nas imediações do Cosminho e nas proximidades da BR, em ponto estratégico de ligação com a cidade. No primeiro caso, os moradores improvisaram uma passagem, até que a Secretaria de Obras do município providencie o concerto. "Estamos com muito trabalho nesses dias, diante dos estragos", revela o Secretário Anderson Fernandes Mota. 

A partir desta segunda, 13, o tráfego de veículos pesados na importante rodovia foi proibido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Dnit, diante dos atoleiros que acabaram se formando nas últimas semanas. O controle está sendo feito por balança implantada no início do trecho que demanda aos municípios de Juruena e Colniza, com fiscalização de agentes do órgão, com apoio da Policia Rodoviária Federal.

“As condições adequadas de trafegabilidade ocorrerão somente após a efetiva pavimentação da rodovia”, disse um agente, lembrando uma novela que já é conhecida há anos pela população, com vários anúncios de início das obras. A recomendação de momento é que os motoristas de veículos pesados evitem trafegar nos períodos de chuvas mais intensas. 

Fenômeno Global

Inundações recordes tem acontecido nos últimos tempos, tanto em áreas urbanas como áreas rurais em várias partes do mundo, motivando intensos debates sobre causas e medidas que podem e precisam ser tomadas pelas autoridades. Os EUA, por exemplo, tiveram em 2019 um ano de índices recordes, principalmente na região central do país, banhada pelo sistema fluvial do Rio Mississipi, onde diversas fazendas ficaram debaixo d’água. 

“A mudança climática continua a nos entregar surpresas desagradáveis”, destaca o decano em engenharia Mark Hoffman. Embora muitos rejeitem alguns conceitos, estudiosos apontam a interferência do próprio homem na natureza como fator principal da intensificação das variações naturais do clima, resultando em chuvas torrenciais desproporcionais, com consequências danosas. 

Segundo estudos, com extensões territoriais cada vez mais limitadas para capturar e reter umidade, aguaceiros acabam se transformando em inundações com força esmagadora.