Chapada: lições de uma tragédia!

A semana que se encerra inseriu uma tragédia lamentável na história do município de Chapada dos Guimarães. Uma linda jovem, de 17 anos, e seu pai, Jeffeter de Jesus Belém, foram assassinados, a tiros, dentro de casa, na noite da última quinta-feira. A mãe da menina, Cristiane da Silva Belém, 35, também atingida, sobreviveu.

Era uma tragédia anunciada – mais uma! – pois o possível autor, ex-namorado da jovem, inconformado com o término do namoro, a teria estuprado anteriormente. Isto resultou num Boletim de Ocorrência. Antes de tudo, uma ordem de restrição já tinha sido expedida pela justiça, diante de ameaças.

Das muitas reflexões possíveis nessas horas, uma é bastante citada nas discussões sobre violência: a escolha do “outro” ou da “outra” na busca do ser humano por companhia. É certo que as vezes algumas vítimas nem fazem essa escolha, sendo, ao contrário, “a escolha” de pessoas com a índole má, estando entre essas os chamados predadores. 
Neste cenário cruel, contudo, qualquer cuidado pode significar um perigo a menos. Dos velhos e eficientes conselhos, dos tempos de nossos avós, talvez valha a pena lembrar da importância de se pensar uma, duas, três vezes ou mais, antes de se escolher alguém para um relacionamento amoroso. Muitos lobos se vestem de cordeiros no rito de aproximação. Daí, também, a relevância das velhas e sempre oportunas perguntas: quem é, de onde vem, o que faz, o que pensa o alvo de uma possível escolha?

Em tempo: a orientação romântica e poética de “seguir o coração” se constitui numa armadilha, pois o coração do homem é “desesperadamente corrupto” e, por isto, muito susceptível a paixões perigosas.