Castanheira: Irmãos se reencontram depois de mais de 4 décadas de procura

 Os irmãos Osmar Pereira dos Santos, 62, e Diomar Pereira dos Santos, 59, protagonizam uma história digna de um drama cinematográfico. A difícil infância em Guaíra, no interior do Paraná, fez com que seguissem caminhos diferentes. Ele, constituiu família em Rondônia. Ela, que construiu um novo núcleo familiar a partir da adolescência, veio para Juína e Castanheira, acompanhando o marido, Nelson Reis da Silva, nos tempos da Codemat e Madeireira Rezzieri, na década de oitenta do século passado, se estabelecendo, posteriormente, em Bataguassu, no Mato Grosso do Sul.

Por mais de quatro décadas, buscaram um pelo outro. A falta de informações, contudo, fez com que ambos pensassem num cenário de morte. Tanto que ao chegar em Castanheira, em 2013, Osmar, que ouvira falar da possibilidade da irmã ter morado no município, chegou a viver um momento tenso, ao saber da existência, no Cemitério Bom Jesus, da lápide de uma mulher com o mesmo nome de sua irmã. Apesar do sobrenome diferente, insistiu na busca. “Graças a Deus não era ela!”, relata.

E para os que gostam de fortes emoções, um episódio ilustra as coisas estranhas que o destino reserva aos simples mortais. Diomar esteve em Castanheira em 2018. Numa visita ao Cemitério Bom Jesus, chegou a cruzar com o irmão, que ali trabalha. Como as semelhanças físicas são impressionantes, Osmar quase a abordou. “Senti algo estranho”, lembra. Mas, com medo de ser apenas uma impressão ou mal interpretado, resolveu não fazê-lo. 

Com a morte do esposo há pouco tempo, Diomar decidiu aprofundar a busca pelo único irmão, recorrendo a ajuda de um investigador, seu amigo. Num banco de dados do Detran, o nome de Osmar foi encontrado. Diante da novidade, fez contato imediato. Foi num sábado, no início de agosto, que suas vozes se cruzaram: “Oi, aqui é a Di”, disse ela, ao telefone, dominada pela emoção. Osmar destaca que ao ouvi-la seu coração quase parou! Como ainda pairavam dúvidas, mostrou-lhe, pela câmera, uma marca que ostenta nas costas, dos tempos de infância no Paraná. “Sou eu mesmo!”, confirmou. 

Mas, as emoções não param por aí. Dias depois, um veículo, táxi, parou em frente à casa de Osmar, no Bairro Santa Rita. “Tenho um presente pra você!”, disse a motorista. Brincalhão e ativo concorrente a premiações de programas de TV, respondeu se era algo do programa Silvio Santos. Quando a porta do veículo se abriu, Diomar apareceu. Foi um momento daqueles de perder o chão, que daria início a um tempo de muitas e muitas conversas. Nos últimos dias Osmar é só alegria, levando a irmã para vários contatos na cidade. Para ela, além do reencontro tão desejado com o irmão é um reencontro com a história de Castanheira, onde viveu por 13 anos. Dois dos cinco cinco filhos - Kezia e Johnny - nasceram aqui. Impactado com o reencontro, Osmar já pensa em um novo desafio: encontrar a mãe biológica, Feliciana Lopes, da qual se separou aos 2 anos de idade. Diomar contava apenas com 7 meses...