Caramujo africano preocupa moradores de Castanheira

Duas crianças, no Bairro Guadalupe, brincando com um caramujo africano, com aprovação da mãe, é a prova mais concreta da ignorância humana em relação a um perigo que está rondando os bairros de Castanheira. O molusco repugnante, conhecido cientificamente como “achatina fólica”, virou praga na cidade. 

Segundo alguns moradores consultados pelo Innovare News, até pouco tempo o caramujo africano não existia na cidade. Há quem diga que se proliferou a partir de uma residência, na região central, de ovos trazidos em plantas oriundas de um município da região noroeste que na época enfrentava uma praga de infestação.  “Mas, é apenas uma suposição”, observa a dona de casa M. A.

A verdade é que na medida em que quintais com sua presença são limpos e o lixo jogado em vários pontos da cidade – problema já levantado por este Site –, desencadeou-se um processo de disseminação. “Eles adoram terrenos baldios e sujos, principalmente se forem usados para despejo de lixo”, diz um especialista em saúde pública. 

 “Aqui eu junto sacos desse bicho, toda semana”, diz uma moradora do Bairro Santo Antônio, que segue as normas de aniquilação indicadas pelos manuais de saúde.

Atentos ao problema, os agentes de saúde do município, em suas visitas domiciliares, tem orientado a população sobre alguns cuidados essenciais para o controle do mal. O principal deles é efetuar a limpeza dos quintais, pois no período chuvoso as áreas sujas se constituem no principal espaço de criação. Pra se ter uma ideia, um caramujo pode produzir 600 ovos por ano. 

Origem e cuidados

Os caramujos africanos hospedam o verme causador da “angius tronfilíase”, doença que pode levar à morte por perfuração intestinal, perotinite e hemorragia abdominal. Além disso, causam outros transtornos de saúde, podendo transmitir a meningite eusinofílica e outras enfermidades provocadas por seus nematoides (vermes). A transmissão pode se dar por ingestão do caramujo ou pelo contato oral com suas secreções. 

De acordo com especialistas, este caramujo está entre as 100 piores espécies exóticas invasoras de ocorrência mundial, por não possuírem predadores naturais. No homem a contaminação ocorre por meio das larvas contidas no muco produzido pelo caramujo durante a sua locomoção.

Recomenda-se todo o cuidado na ingestão de hortaliças e frutas nesta época do ano, que podem ser contaminadas pelo molusco, que costuma ingerir fezes especialmente de roedores.  

Como destruir

Para a destruição de um caramujo africano recomenda-se que as pessoas protejam as mãos, colocando-os preferencialmente num balde com água e bastante sal de cozinha, até pararem de se mexer. Depois, as conchas devem ser quebradas e o material enterrado ou colocado no lixo. O mais recomendável, porém, é o uso de cal virgem, que destrói não apenas o molusco mas também seus ovos.