Antônio Oliveira: “Ele era um pai, um avô e um bisavô feliz”

RESUMO DA NOTÍCIA

Semana começa triste em Castanheira. Foi sepultado neste domingo, mais um dos moradores da primeira década do lugar. Seo Antônio Oliveira deixa uma história de luta que vai ser reverenciada pelas futuras gerações.
O amor pela caça e pesca, tomar um chimarrão, comer ovo e cantar músicas de raiz são as marcas que, doravante, ficam de um homem educado e que todos que o conheciam se referiam como gente boa. 
 
João Maria de Oliveira nasceu em Bicare, Santa Catarina, em 11 de dezembro de 1934. Era filho de Antônio Mateus de Oliveira e Jozina da Silva de Oliveira, com eles compondo uma família de seis irmãos. Com Margarida Stefanes de Oliveira, já falecida, teve nove filhos: Maria Nerci, Darci, Jacir, Antônio Algalcir, José Moacir, Lucir Natalina (in memoria), Lucélia, Marcelia e Marcelo, que lhe deram 19 netos e dos quais nasceram 12 bisnetos. 
 
Entre as décadas de 70 e 80 do século passado, o noroeste de Mato Grosso era uma região de oportunidades. Em terras catarinenses as informações corriam. Como outros conterrâneos, Seo João Oliveira resolveu ver de perto. Gostou de Castanheira, então distrito de Juína, onde chegou em 1986, dois anos antes da emancipação, fazendo parte por algum tempo da equipe que tocava o maior empreendimento da época, a Madeireira Rezzieri
 
Como muitos que já estavam no lugar, fez da agricultura o lugar de suas lidas por muitos anos, como lembra um dos filhos. “Ele era um pai, um avô e um bisavô feliz”, destaca Lucélia, mais conhecida como a Leia do Dagoberto, que também empresta essa projeção ao pai, pois alguns em Castanheira se referiam ao Seo João Oliveira como o pai da Leia. 
 
Ele faleceu na noite do último sábado, vitimado por um AVC, em Juina, onde estava internado há 40 dias. Consternados, os familiares agradecem a todos pelo carinho e mensagens de apoio, mas destacam a importância de um amigo, o Celino, ou Reginaldo como João Oliveira gostava de chamar, que nos últimos cinco anos esteve sempre ao seu lado. Mais que um bom amigo, foi como um anjo no capítulo final de sua história de vida. 
 
A partir desta semana impossível aos que passam pela Av. 04 de Julho, na altura nº 1121, não se lembrar da figura do Seo Antônio, filho de Antônio, pai de Leia, sogro de Dagoberto, sentado em uma cadeira de fios, com o chimarrão a mão, sempre disposto a contar uma história com quem se aproximava. Com os corações preparados para a saudade, os que ficam têm, a partir dele, bons exemplos para seguir em frente.