Dor pela perda de Lucas Coimbra lembra perigo das águas

RESUMO DA NOTÍCIA

Final de semana com 4 mortes por afogamento na região noroeste de Mato Grosso, realça perigo das águas, transformando o prazer de mergulhar um dos mais traiçoeiros que existem.

Castanheira em luto pela morte do jovem Lucas Coimbra de Oliveira, de 22 anos.
Segundo estatísticas, a cada dia treze pessoas morrem afogadas em rios do país. Entre o sábado e o domingo, as águas dos rios Juruena e Arinos, levaram sonhos e esperanças de longos tempos de vida de três pessoas na região noroeste de Mato Grosso. Uma quarta teve o mesmo destino, nas águas de uma lagoa. De Castanheira, foi-se Lucas Coimbra de Oliveira, de apenas 22 anos. 

Como somos humanos, quase sempre nos esquecemos que banhar-se em águas de rios, em algumas circunstancias, pode tornar-se um prazer mais traiçoeiro do que se pode imaginar. Tanto que das mortes por afogamentos no país, 75% acontecem em rios. "As águas doces amargam muito mais mortes do que as águas salgadas do mar", destaca, a propósito, alerta da Sociedade Brasileira de Salvamentos Aquáticos. 

No caso de Lucas, do riso e da alegria com os amigos, na linha São Roque, neste domingo, 03, para o desaparecimento nas águas do bonito, contudo perigoso Juruena,  foi tudo muito breve. E aí dá até para lembrar do escritor Tiago dizendo que “a vida é breve, como uma nuvem, que aparece e logo se dissipa” e do próprio jovem vitimado, que tempos atrás registrou em sua página no facebook que é preciso viver o hoje, porque não se sabe o amanhã.

Não é a primeira e infelizmente não será a última vez que o Rio Juruena será notícia pelo amanhã que tirou de gente que marcou vidas. As primeiras manifestações de saudade pelo ex-aluno do Maria Quitéria ou ex-funcionário do Todynho, inserem mais um nome neste triste rol.  No seu longo percurso, muitos pontos de riscos são perceptíveis por uma combinação de fatores, pesando, em maior escala, a inclinação do terreno e a forte correnteza em muitos pontos. 

Para os que ainda serão atraídos por águas de rios como o Juruena, uma velha lição vem à tona com os fatos das últimas horas: após um mergulho, muitas coisas podem acontecer. Pedras podem deixar uma pessoa paraplégica, correntezas fortes não perceptíveis são capazes de causar afogamento, trombas d’aguas podem surgir de repente e mesmo águas rasas podem ser traiçoeiras, pois todas escondem mistérios. Que antes da decisão de um pulo, portanto, por mais adrenalina que o ato propicie, haja o cuidado de trazer à memória esses parâmetros que podem manter os sonhos e esperanças de uma vida longa.