O meu problema com carros vermelhos

RESUMO DA NOTÍCIA

Histórias do cotidiano, a partir de um e outros carros... vermelhos!
Desde pequeno gostei da cor vermelha, talvez influenciado pelo que ouvia, constantemente, nos cânticos e mensagens da Igreja do Evangelho Quadrangular, onde iniciei a experiência de fé, que aludiam ao “sangue carmesim”, expressão que simboliza a cor vermelha, em sua forma mais profunda e marcante e, no caso, relacionada ao sangue de Cristo, vertido na cruz. 

Menino pobre, de periferia, via fotografias, já coloridas, dos carros Ferrari. E aquele vermelho me encantava. Claro, que sonhei ter uma. Como nunca pude – e nem vou poder – quando consegui comprar alguns veículos, todos populares, sempre priorizava os vermelhos. 

Meu segundo carro, um gol bolinha, era vermelho. Em Castanheira, no noroeste do Mato Grosso, onde resido há 12 anos, tive dois carros vermelhos. Um, Uno vermelho Ferrari. Amava aquele carrinho! Hoje, conseguimos, com muita luta, comprar um carro novo, por absoluta necessidade/utilidade no trabalho que executamos. Detalhe: vermelho Ferrari!

Pelo que sabemos, muita gente gosta do vermelho. Nos carros, é uma das cores preferidas, segundo estudos.  No campo das nações, as mais poderosas do mundo incorporam a cor às suas bandeiras: Estados Unidos, Inglaterra, França, etc., sem falar as comunistas, claro. E tem o sangue de Cristo! Vermelho como carmesim!

No caso desses “carros vermelhos” que Deus por sua graça nos deu, já vivenciamos situações que seriam hilárias, não fossem constrangedoras, especialmente em razão da infeliz e prejudicial polarização que vivemos no campo político do país, onde o vermelho é visto como uma cor anátema por muitos. 

Como cristãos, contudo, temos procurado perdoar, 70 x 7,  os que que ligam, paranoicamente, nossa opção de cor com um dos partidos políticos desta polarização. Na verdade, nunca militamos na política, nunca fomos filiados a qualquer partido, abominamos nosso modelo de política partidária,  movido pelo toma-lá-dá-cá, acordos espúrios e regido por um nefasto centrão, nunca tivemos paixão por candidatos – sejam eles quais forem - e nas eleições passadas, se pudéssemos, não compareceríamos às urnas. Aliás, por conta disto defendemos como uma imperiosa necessidade em nosso sistema político o voto facultativo, como nos Estados Unidos e outras democracias. 

O carro atual, vermelho Ferrari, compramos em Dourados, MS, porque íamos viajar para lá, terra das origens, e por ter um bom crédito na Concessionária Fiat local. E logo no segundo dia tivemos a confirmação de uma das paranoias de momento. Fomos visitar uma família muito querida, com a qual temos vínculo a mais de 50 anos. Assim que um dos nossos amigos, que não víamos há anos, abriu o portão e viu o carro vermelho Ferrari nem disse “Olá, quanto tempo, sejam bem-vindos, etc”. De pronto observou: “Ah não, PT, não!”. Claro que rimos, mas depois, em conversa de casal, retrocedemos no tempo, um tempo recente, lembrando de algumas situações em Castanheira, por conta de uma visão de mundo que muitos interpretam por nós, sem conhecer nossa história. Simplesmente porque acham!  Este capítulo, porém, fica para outro dia! 

Em tempo: Já imaginaram uma ferrari branca? 

Vivaldo S. Melo