“E agora, quando chegar em casa, depois do trabalho, vou ligar pra quem?” A indagação de Adair Barbosa de Oliveira, relacionada a prática diária de ligar para a mãe, Tereza Barbosa de Oliveira, 63, soou nesta manhã, na Casa da Saudade, como uma nota de dor, por seu falecimento, na UPA de Juína.
Matogrossense de Nortelândia, dona Tereza chegou a Castanheira em 1987, um ano antes da emancipação do então distrito, procedente de Rolim de Moura, Rondônia. Aqui terminou de criar os filhos com o esposo Arnaldo Oliveira, e daqui acompanhou com muito carinho as gerações que deles formaria um legado, até o momento, de 15 netos e 5 bisnetos.
Das manifestações que já ecoam como um prenuncio de saudade, uma síntese possível é de que Castanheira perde uma cidadã modelo, preocupada e carinhosa com os filhos, estando sempre a “monitorar” o momento de cada um, numa relação movida aos insubstituíveis conselhos de mãe. “Não reclamava de nada”, acrescenta o filho Alessandro de Oliveira, residente em Novo Progresso, Pará.
“Seu cotidiano era simples”, volta a interferir Adair, na conversa com o Castanheira News, regada a café, na cozinha da Casa da Saudade, pontuada por intervalos gerados pela emoção. Lembra o cuidado que ela com as flores e especialmente o prazer com as lidas do campo, referência de longos anos passados no Sítio Nossa Senhora Aparecida, no assentamento São Sebastião.
Seu corpo será velado até às 17 horas desta quarta-feira na Casa da Saudade e sepultado logo em seguida no Cemitério Bom Jesus.