"Entre idas e vindas" o cotidiano dos taxistas de Castanheira

RESUMO DA NOTÍCIA

Texto na 4ª edição da Revista Innovare, de agosto de 2014, destacou a atividade diária dos taxistas. A seguir reproduzimos o "Entre Idas e Vindas", onde, entre outras coisas, Mota destaca um episódio do dia em que quase morreu.
O uso do Táxi é uma das opções do castanheirense que se desloca para Juína. De duas a quatro vezes por dia, os taxistas que geralmente fazem ponto nos altos da Av. 04 de Julho realizam o percurso até a cidade vizinha. Considerando-se que cada  viagem que um cidadão faz envolve perigos, esse trabalho insere-se numa categoria de risco.

Mas o “taxismo” é uma opção que garante a sobrevivência de algumas famílias. “Alguém tem que fazer este trabalho”, destaca um usuário na medida em que procuramos distribuir um formulário com perguntas.

Moacir Martins da Mota, conhecido apenas por Mota, está entre os que fazem essas idas e vindas diárias. Começou em 2010. Apenas ele e Gilson Gabardo Nenevê, na estrada desde 2011, atenderam a revista Innovare para a iniciativa da construção de um texto. É com eles que vamos caminhar. Preparados?

Mota e Gilson tem algumas concordâncias. O dia de melhor fluxo de passageiros? Segunda! Gostam da profissão? Sim! Financeiramente compensa? Idem. Mas, eles param aí. Quando o assunto é a maior dificuldade que enfrentam, Mota aponta a concorrência com clandestinos e até por isto reivindica uma melhor fiscalização e transparência. Gilson fala de algo comum a todos os mortais: não conseguem agradar a todos. Destaca também o perigo dos buracos e de animais na pista.

Prosas

Sobre experiências diferenciadas nos trajetos que fazem, uma vez que transportam os mais diferentes tipos humanos, Gilson é mais genérico, citando exatamente o que cada passageiro acrescenta a partir das inevitáveis prosas. Nos últimos dias os conteúdos dominantes foram os roubos na cidade e a crise no campo.

Tiros na noite

Mota não consegue esquecer o dia em que passou por um momento tenso e traumático. Foi em outubro de 2012, quando por volta das 19 horas recebeu uma ligação, solicitando que fosse buscar, às 21 horas, quatro pessoas que estariam numa Fazenda nas proximidades de Castanheira. No horário combinado, já na região da propriedade, ao tentar abrir uma porteira, foi surpreendido por um tiro de espingarda, que lhe atingiu o ombro, peito e pescoço. Temendo por sua vida, revidou, pois estava armado, conseguindo sair do local em meio a uma saraivada de balas, indo diretamente para o Pronto Atendimento da cidade e sendo transferido, mais tarde, a UPA da cidade de Juina, onde permaneceu internado.

Reivindicações

Quando perguntamos se gostariam de destacar alguma questão, Mota chama a atenção para a necessidade de redução dos alvarás, que precisam ser igualados a de outros municípios onde os colegas de trabalho têm clientela bem maior. Enquanto tenta se abrigar do sol, Gilson destaca que Castanheira precisa ter um Ponto de Táxi.