Sentido e propósito

RESUMO DA NOTÍCIA

Diante da leitura preocupante da realidade futura, refletir sobre o sentido e propósito da vida é fundamental.
Numa recente entrevista a empresários árabes, Ellon Musk afirmou que muito breve teremos o grande desafio social do desemprego em grande massa, porque precisaremos cada vez menos de mão de obra direta e as máquinas farão melhor e com mais eficiência as tarefas manuais nas áreas industriais, pesquisas, agronegócios. Haverá abundância de produção através de tecnologia e pesquisa e os alimentos poderão ser produzidos bem mais baratos.

Ele acredita ainda que será necessário encontrar uma política que ele chama de “basic income” (salário básico), para que as pessoas desempregadas recebam salários já que não haverá emprego para todos, mas ainda assim haverá aumento de produção de riquezas e bens com a automação. As máquinas poderão fazer quase tudo.

Musk, entretanto afirmou, que o desafio maior não será o da sobrevivência, mas de sentido: Para muitos o valor pessoal deriva do emprego e daquilo que fazem. Se não houver emprego, de onde virá o sentido? As pessoas poderão perder o significado de viver. Este é o grande desafio!

Talvez esta hipótese levantada por Musk ainda demore, ou se trate apenas de uma utopia, entretanto, pode ser que estejamos mais perto desta realidade que imaginamos. Então, é urgente e necessário refletir sobre sentido e propósito.

Tyler Durden, controvertido personagem do “Clube da Luta”, afirma em um de seus diálogos: “Somos uma geração sem peso na história. Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma Guerra Mundial. Nós não temos uma Grande Depressão. Nossa guerra é espiritual. Nossa depressão, são nossas vidas. Fomos criados através da TV para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock. Mas não somos.”

Não estou muito certo do que ele quis dizer com “nossa guerra é espiritual.” Mas eu acredito que é exatamente este o ponto central da vida. Se preferir pode chamar também de guerra existencial. Qual é o ponto central da vida? Para que nascemos e existimos? Para onde estamos indo? O que é realmente importante?   Falta-nos propósito e identidade que só pode ser encontrado quando existe uma referência, como afirmou Sartre: “Nenhum ponto finito faz sentido sem um ponto infinito.”

Para Sartre, filósofo, o ponto de partida é a consciência, o ponto fixo que Arquimedes procurava. Entretanto, sinto-me seguro ao afirmar que se trata de um sentido eterno, que eu chamo de Deus. Como afirmou Agostinho: “Fomos criados para Deus, e nosso coração nunca encontrará sentido fora de Deus.” Precisamos sim, de sentido e propósito, mas este sentido não se encontra em nós mesmos, ele é transcendental, e nos aponta para o ponto infinito, para o Eterno.

Samuel Vieira