A prefeita de Carlinda (30 quilometros de Alta Floresta), Carmelinda Leal Martines Coelho (União), adiou a sua renúncia ao cargo para a próxima terça-feira (3), quando se reunirá com o presidente da Câmara Municipal da cidade para entregar a sua carta-renúncia, em protesto a eleição e posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A gestora ligou para chefe do Poder Legislativo de Carlinda, vereador José Henrique (União), marcando a reunião para amanhã, já que ela não se encontra na cidade. “Ela me ligou e agendou para amanhã essa entrega do pedido de renúncia. E assim que recebermos vamos comunicar a Justiça Eleitoral e iniciar o protocolo de posse do vice-prefeito”, disse o presidente da Câmara.
José Henrique disse que tentou por diversas vezes junto com a base da prefeita, tentar demovê-la da idéia. Porém, segundo ele, ela foi irredutível. “Tentamos em várias reuniões convence-la a permanecer. Mas ela está decidida e vamos respeitar a decisão. É lamentável isso para a cidade, já que ela foi eleita pela população, mas também entendemos que ela já contribuiu bastante com o município”, explicou.
Segundo o vereador, a decisão da prefeita, pegou o jurídico da Câmara de surpresa, e que o Legislativo solicitará auxílio da Justiça Eleitoral para não cometer nenhuma irregularidade no processo de renúncia da prefeita.
A prefeita anunciou sua renúncia logo após o segundo turno das eleições presidenciais, quando Lula derrotou Bolsonaro com mais de 60 milhões de votos (50,9%). O vice-prefeito da cidade, pastor Fernando de Oliveira Ribeiro (MDB), é que vai assumir o cargo, caso Carmelinda cumpra a promessa.
Carmen foi eleita prefeita de Carlinda, em 2020. Ela recebeu 4.646 votos. No pleito, Jaco de Souza Santos (PSB) ficou em segundo, com 5,36%, seguido por Francisco Andre do Prado (PT), 4,48%. Em suas justificativas, a prefeita alega que deixará a função por temer ser penalizada. Isso porque Carmelinda afirma que não respeitará as leis federais feitas pelo petista.
“Todos sabem que nós, do município, temos que cumprir leis federais. Se caso tiver uma lei contrária a minha ideia, eu não vou cumprir e se eu não for cumprir, eu vou ser penalizada. Para que a minha família não sofra com isso, eu vou entregar o meu mandato e seguir como qualquer cidadão”, completou a prefeita, que fez questão de não citar o nome do presidente eleito.
Gazeta Digital
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