Na Av. Castanheira nº 07, existe uma das referências mais antigas de um produto que já esteve na base da economia do município em tempos passados, o arroz. Trata-se do prédio de uma máquina de beneficiamento, com equipamento das primeiras séries produzidas pela Indústria Zaccaria, de Limeira, São Paulo, fundada em 11 de agosto de 1925 e líder até hoje em equipamentos para beneficiamento de arroz, feijão, milho e outros cereais.
A Beneficiadora Castanheira sobreviveu aos avanços dos tempos, lembrando um período em que seis empresas do ramo atuavam no município e quase não conseguiam atender a demanda. Foi implantada no pacote de empreendimentos dos Irmãos Leitner, que incluía também Mercado, Olaria e Distribuidora.
Por lá é onde ainda pode ser encontrado até hoje um dos mais antigos funcionários dos Irmãos Leitner, o ex-vereador Aloisio Vidal, conhecido, por isto, como o Aloisio da Máquina. A empresa do seu ex-patrão, Lourenço Leitner, foi seu primeiro ponto de emprego quando deixou o sitio, na linha vicinal 01, em 1986. “Éramos sete irmãos, eu tinha 22 anos na época, então resolvi vir para a cidade em busca de trabalho. As máquinas eram abarrotadas de arroz. Além da que abriu as portas ao meu primeiro emprego, outra que tinha grande produção era a do “Seo” Tirso Gil Polo”, lembra Aloisio.
Segundo ele, a lavoura branca dividia o mercado de trabalho com o garimpo. “Até produtores do Açari, perto da Barra, faziam beneficiamento de arroz em Castanheira”, observa.
Hoje algumas pessoas ainda produzem arroz na região, mas numa escala muito menor, possibilitando o lucro para mera sobrevivência daqueles que mantém equipamentos para atender apenas esta demanda. O boom do negócio se deu entre as administrações de Zilda Stangherlin e Dr. Jorge Arcos, que disponibilizam um veículo, semanalmente, para transporte da produção da região dos Assentamentos.
Entre os produtores, Aloisio destaca o Sr. Jaime Bruno e o Angola. Cita como um dos fatores do declínio, além da opção pela pecuária de muitos produtores, a falta de incentivo dos gestores públicos que, ao seu ver, deveriam estimular as associações nas regiões de assentamentos e u ma maneira mais competitiva de encaixe da produção.
Com 30 anos no ramo, filho de Guaiçara, no Paraná, Aloisio, que deslocou-se para a região ainda menino como parte de uma caravana de dois núcleos familiares – os Dias e os Grizantis – se diz feliz em fazer parte desta história. Se pudesse voltar no tempo, não hesitaria em trabalhar numa Máquina de Arroz, preferencialmente no mesmo lugar.