“Ficou um vazio”. A expressão, de Gilda Almeida, nora de Nilto Moreira, 64, perda recente no Sitio Flor da Serra, na Nova Canaã, 3º Assentamento, Vale do Seringal, traduz um sentimento coletivo, pela sua história, construída em capítulos inesquecíveis para amigos, filhos, netos e demais familiares.
A propósito, uma das coisas que mais gostava era contar histórias aos que o visitavam. E o fazia, sentado num sofá, na varanda, com muito contentamento, o que mostra o seu diferencial, pois tinha o limite da falta de visão e da impossibilidade de andar.
“Seo” Nilto, Miltão para os mais próximos, era catarinense de Chapecó e chegou em Castanheira em 1998. Lavrador, católico, refletia a fé nas vivencias com os seus, onde o sentido do cuidar pleno ganhava plenitude. Que o diga o neto Nilton, que o via também como pai. “Cuidou de mim desde quando eu tinha quatro meses”, destaca.
Do que fica, como memorial de saudade, os próximos - amigos e familiares - lembram o fato de ser “um homem de fibra, que mesmo com limites físicos não desistia fácil das coisas”, como volta a destacar Gilda.
E se tantas coisas ficam para caracterizar o vazio que sua partida deixa, todas as vezes que, à mesa, aparecer uma polenta, não vai ser necessário palavras para dizer que a saudade bateu. Depois que ficou doente era o prato predileto dele, sempre com o acompanhamento do leite produzido na própria terra de seu pisar.
(O Texto acima é uma homenagem de amigos do 3º Assentamento à sua memória. Nilto Moreira, esposo de Renilda Padilha Moreira, faleceu no último dia 04 de outubro, sendo sepultado no dia seguinte, depois das despedidas na AME, no Módulo 05, em Juína. Deixou 5 filhos e 13 netos).