Os desafios iniciais de Juninho, Paulo Veronese e outros futuros prefeitos

RESUMO DA NOTÍCIA

Formação de equipe, pressão por cargos e os desafios esperados do pós pandemia são problemas comuns da agenda dos futuros prefeitos. Alguns, já tiram o sono.
Vivaldo S. Melo

Antes mesmo de assumirem suas funções, os novos prefeitos, eleitos em novembro último, já enfrentam desafios. 

No caso de Castanheira e Juína, Juninho e Paulo Veronese – tomados como exemplo – têm diante de si realidades distintas e comuns. Para Juninho, eleito por um grupo que administrou o município em duas gestões consecutivas, um primeiro dilema é o de ter que reformular a equipe. A prática é comum, mas nem sempre, neste caso, bem-vinda.  Veronese, por seu turno, não vive esse dilema, até pelo fato de substituir um prefeito não alinhado com o seu lado político. 

Eles têm em comum – e todos os demais gestores eleitos – a responsabilidade de escolher bem suas equipes e principalmente a dificuldade em lidar com a pressão dos partidos que os apoiaram na eleição por espaços em suas futuras gestões. “Neste interregno entre o fim de um mandato e começo de outra essa pressão não é pequena e nem inesperada”, destaca o consultor Gentil Vasconcelos, ouvido pelo Castanheira News. 

Segundo esse mesmo consultor, o problema pode ser a gula de algumas legendas que, se achando maiores do que saíram da eleição, reivindicam mais posições do que existem nas estruturas das prefeituras. 

Pesquisa sobre o tema indica que existem casos em que, se o futuro gestor fazer concessões como desejam os apoiadores da campanha, haverá mais gente descontente do que efetivamente contemplada nos futuros governos. 

Diante deste cenário, muitos gestores resolvem optar pela estratégia da montagem de uma equipe mais técnica e menos política, considerando como fatores essenciais a qualificação e a história de serviços prestados a comunidade nas áreas específicas, independente de pertencerem ou não a quadros partidários. “Muitos dos melhores nomes para compor num projeto administrativo não estão ligados a militância política, mas engajados na vida em sociedade”, argumenta nosso consultor. 

Desafios imediatos

Além dessas questões inevitáveis do "antes", que exigem sabedoria e pulso firme dos novos gestores, existem gargalos comuns a maioria dos municípios do país quando se olha para o futuro, que começa em janeiro. Um deles será lidar com uma possível queda de arrecadação de impostos após a pandemia de Covid 19.

Com a diminuição da atividade econômica e o aumento do desemprego, a tendência é que os municípios arrecadem menos e, assim, tenham recursos mais escassos para investir em setores importantes. 

Olhando para setores específicos, outro grande desafio será lidar com a demanda reprimida na saúde, pois além de lidar com os casos de Covid 19 – que sem uma vacina devem continuar aparecendo – os municípios terão que dar conta de todas as outras questões que ficaram “na geladeira” durante a quarentena. 

A pesquisadora Gabriela Lotta, professora de administração pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV) lembra que “teremos um cenário muito mais difícil do que já era, com uma demanda reprimida que será gigantesca”.

A pandemia gerou algumas consequências que precisam estar na mira dos novos gestores. Uma delas é o aumento da demanda por exames e consultas por pessoas que adiaram esses procedimentos em 2020. 

Por essas e outras, os cidadãos de bom senso deveriam, no momento, levar o mínimo de problemas aos novos gestores, dando aos mesmos a tranquilidade que precisam para montar o quebra cabeça de suas gestões.