Texto de Dezembro de 2015
A recente vitória dos moradores da região dos I, II, III e IV Assentamentos de Castanheira, que conquistou a condição de Distrito, requer uma incursão ou revisão da história. Em qualquer caso, o nome de Waldir dos Reis da Silva, 44, natural de Diamante do Norte, Paraná, aparecerá em destaque.
A recente vitória dos moradores da região dos I, II, III e IV Assentamentos de Castanheira, que conquistou a condição de Distrito, requer uma incursão ou revisão da história. Em qualquer caso, o nome de Waldir dos Reis da Silva, 44, natural de Diamante do Norte, Paraná, aparecerá em destaque.
Um ano após a ocupação de parte da Fazenda Enco por um grupo de aproximadamente 30 famílias, ele tomava uma iniciativa relevante por conta de seu olhar cuidadoso sobre as crianças. Foi em abril de 1997, na região hoje conhecida como Lambarí, no IV Assentamento, que ele deu início a uma Escola improvisada num espaço físico bastante precário, como as primeiras habitações por lá.
Integrando a primeira leva de assentados, sob o comando do hoje vereador Lorão, que segundo ele tinha um comando muito forte sobre o grupo, não levou em conta as enormes distancias entre os núcleos que se formavam. Era preciso fazer alguma coisa pelas crianças.
Embora leigo, Waldir teve uma experiência como professor na linha 2, próximo à sede do município, antes de aventurar-se no carro toureiro do “Seo” Adelson, como era conhecido o motorista do veículo de assentados a cruzar o Novo Horizonte, depois de rompido o cadeado que impedia o acesso a estranhos a região da Fazenda que viria a ser desmembrada.
A frequência de alunos era baixa no início da vida escolar para as crianças dos assentados, porque a fixação das famílias ainda não era definitiva. Em torno de 16 alunos eram mais frequentes nas aulas, de 1ª a 4ª séries, no sistema multiseriado. O núcleo de ensino começou como uma extensão da Escola Presidente Tancredo Neves.
Ativo, este pioneiro abnegado não se à preocupação com as crianças, A vida espiritual também tinha prioridade em sua agenda. Foi um dos fundadores da Comunidade São João Batista. Sua influência era tão notável que durante muito tempo todos a denominavam “a Comunidade do Waldir”.
Se pudesse voltar no tempo Waldir diz que faria tudo de novo. Lembra com emoção de seu itinerário de bicicleta, entre os Assentamentos, chegando a percorrer 40 quilômetros. Da experiência ganho gostou pela docência. Para não perder contato com o alunado, fez pró formação para o magistério e busca habilitação no ensino superior na área de História.
A saudade da vida rural tem sido atenuada com o privilégio de morar numa das poucas áreas produtivas limítrofes a cidade, a Chácara Três Corações, onde vive com a esposa Sileni Maria dos Reis e as filhas Vanessa e Carolay.
Do passado, onde as alegrias superam algumas tristezas, lamenta apenas um fato político que o afastou da sala de aula. Prefere, contudo, não dar nome aos personagens. Nos Assentamentos, onde seu nome está ligado a fundação de outras escolas, foi o único período em que literalmente lidou apenas com a roça. Na cidade, hoje integra o grupo de casais “Tô na Lareira” e pode ser encontrado no negócio administrado pela família, a Lanchonete e Restaurante da Lena, na Rodoviária, onde atua também como agente de viagem, ocupações que comprovam o seu espírito ativo e atuante.