O Brasil completa nesta segunda, 21 dias de manifestações em volta dos quartéis nos centros urbanos e nas estradas, principalmente rodovias federais, de partidários do presidente Jair Bolsonaro descontentes com o resultado da eleição presidencial, que concedeu vitória ao candidato oponente, Luiz Inácio Lula da Silva, no 1º e 2º turnos.
Nos últimos dias, porém, especialmente a partir da sexta feira, 18, tem havido radicalizações em alguns pontos do movimento, sendo que as principais foram registradas no Estado de Mato Grosso, que concentra o maior número de bloqueios nas estradas. No final de semana 11 eram contabilizados, maior parte no chamado nortão, especialmente na região de Sorriso.
O momento mais tenso aconteceu no posto de pedágio da Rota Oeste, localizado na BR 163, entre Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, no último sábado, quando dez homens encapuzados e fortemente armados, chegaram atirando e tocaram fogo na base, numa ambulância e no caminhão-guincho da Policia Rodoviária Federal.
Em outros pontos do país vários incidentes foram registrados, entre eles a colisão de três carretas em Nova Mutum e o espancamento do agricultor Vilson da Silva Ribeiro, de 53 anos, em Pontes Lacerda, ao tentar furar um bloqueio – ambos na sexta feira – a colisão de uma Van com estudantes, no sábado, após chocar-se com terra jogada na pista em União da Vitória, Paraná, e o tombamento de uma carreta em Tangará da Serra, neste domingo, quando o motorista tentou furar um bloqueio para seguir viagem.
Em Mato Grosso, a Procuradoria da República e Ministério Público do Estado estão solicitando que o Governo do Estado peça apoio da Força Nacional. Eles alertam para a expressiva radicalização em protestos no Estado, especialmente na região norte, e dão até o meio dia desta segunda feira, 21, para o governador em exercício, Otaviano Pivetta, do PDT, responder e justificar decisão.